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O Paulinho de 2021 despediu-se deste ano já como o Paulinho que quer ser em 2022 (a crónica do Sporting-Portimonense)

Este artigo tem mais de 2 anos

Leões começaram a perder, viram o Portimonense ficar com 10 e assentaram nas exibições de Matheus Reis e Paulinho para chegar a uma vitória que já mostrou a versão que o avançado quer ser em 2022.

Sporting CP v Portimonense SC - Liga Portugal Bwin
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O avançado dos leões marcou todos os golos da equipa de Rúben Amorim

Getty Images

O avançado dos leões marcou todos os golos da equipa de Rúben Amorim

Getty Images

Foi um ano como poucos: em 2021, o Sporting foi campeão nacional 19 anos depois da última vez, conquistou a Taça da Liga pela terceira ocasião em quatro anos e ainda ganhou a Supertaça Cândido de Oliveira ao bater o Sp. Braga no final de julho. Esta quarta-feira, em Alvalade e contra o Portimonense, os leões encerravam um ano histórico que levou o clube de regresso ao topo do futebol português, de regresso à discussão de todas as decisões e, acima de tudo, de regresso à estabilidade. E todos esses fatores tinham um nome como denominador comum — Rúben Amorim. 

Na última conferência de imprensa de antevisão do ano, o treinador leonino cumpria com os desígnios habituais e não entrava em romantismos, recordando que era preciso vencer primeiro o Portimonense para assistir ao Clássico entre FC Porto e Benfica com a possibilidade de roubar pontos a um ou aos dois rivais. “O mais importante é o nosso jogo. Ganhando, mantemos a nossa posição. Fazemos as contas mas temos de ganhar ao Portimonense. Vamos focar no nosso jogo e, depois, vamos ver o Clássico. No fim, um dos três cenários estará em cima da mesa, sabendo que ainda muita gente vai perder pontos. Quem está mais tranquilo e com mais calma ao seu redor colhe melhores resultados, penso eu. A única coisa que nos interessa é ganhar o nosso jogo”, explicou Amorim.

Ficha de jogo

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Sporting-Portimonense, 3-2

16.ª jornada da Primeira Liga

Estádio José Alvalade, em Lisboa

Árbitro: António Nobre (Leiria)

Sporting: Adán, Gonçalo Inácio, Coates, Matheus Reis, Ricardo Esgaio (Geny Catamo, 59′), João Palhinha (Daniel Bragança, 55′), Matheus Nunes, Nuno Santos, Sarabia, Pedro Gonçalves, Paulinho (Tiago Tomás, 90′)

Suplentes não utilizados: André Paulo, João Virgínia, José Marsà, Flávio Nazinho, Gonçalo Esteves, Dário Essugo

Treinador: Rúben Amorim

Portimonense: Samuel, Willyan, Pedrão, Lucas Possignolo, Fali Candé (Renato Júnior, 85′), Ewerton (Luquinha, 85′), Pedro Sá, Filipe Relvas, Angulo (Saná, 90+2′), Fabrício (Henrique Jocú, 68′), Nakajima (Anderson Oliveira, 85′)

Suplentes não utilizados: Payam Niazmand, Nakamura, Paulo Estrela, Aponza

Treinador: Paulo Sérgio

Golos: Matheus Reis (21, ag), Paulinho (65′, 76′ e 83′), Lucas Possignolo (90+2′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Gonçalo Esteves (22′), a Willyan (30′), a Pedro Gonçalves (30′), a Paulinho (45+3′), a Pedro Sá (45+3′ e 58′), a Matheus Nunes (62′); cartão vermelho por acumulação a Pedro Sá (58′)

Certo é que, com o fim de 2021, Rúben Amorim fechava um ano de total afirmação no universo leonino e no universo nacional. Para além do título de campeão nacional que acabou com o longo jejum do Sporting, o treinador tornou-se a cara de um sistema tático, a cara de uma formação de renome e a cara do próprio clube, assumindo quase por inteiro a comunicação dos leões ao longo das semanas. Amorim é um manager à antiga — treina, decide, comunica e opina. E foi, desde 2020 mas principalmente em 2021, a coluna vertebral que endireitou o Sporting.

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Esta quarta-feira, os leões recebiam então um Portimonense que aparecia em Alvalade no sexto lugar da Primeira Liga e com a possibilidade de subir ao top 5, já que o Estoril já havia perdido nesta jornada. Depois das naturais alterações no jogo contra o Casa Pia na Taça de Portugal, Amorim recuperava os habituais titulares e só fazia as mexidas a que era obrigado: Luís Neto e Bruno Tabata estavam ambos de fora por castigo, Manuel Ugarte testou positivo à Covid-19 e Feddal, Rúben Vinagre, Pedro Porro e Jovane continuam lesionados. Assim, Matheus Reis entrava no trio de centrais e Nuno Santos aparecia na ala esquerda, com Ricardo Esgaio a ser o responsável pelo lado contrário. Nos algarvios, Paulo Sérgio tinha em Moufi e Lucas Fernandes duas baixas de última hora, ambos por terem testado positivo à Covid-19.

Os primeiros instantes foram suficientes para perceber a forma como o Portimonense se apresentava em Alvalade: os algarvios colocavam uma linha de seis na zona mais recuada, com quatro defesas-centrais, e obrigavam o Sporting a lateralizar praticamente todas as iniciativas, já que o corredor central ficava totalmente obstruído. A partir daí, e sempre que conseguiam ter bola, exploravam a profundidade e as costas da defensiva leonina, que estava frequentemente subida no terreno, tentando potenciar a velocidade de Fali Candé de um lado e Angulo do outro. Os leões cedo conquistaram um ligeiro ascendente na partida, de forma natural, e João Palhinha foi o autor do primeiro remate da partida — um pontapé rasteiro de fora de área que Samuel encaixou (6′).

O jogo ia sendo disputado a um ritmo elevado e interessante, embora sem grande qualidade ou nota artística, e o Portimonense ia demonstrando uma capacidade acima da média para defender de forma sólida e causar perigo na transição rápida — algo que, contra o Sporting e especialmente em Alvalade, nem sempre é algo fácil de executar. Nakajima teve a melhor oportunidade do jogo até ao momento, com um grande pontapé de fora de área que Adán defendeu contra a trave (10′), e os leões só conseguiram responder com um desvio acrobático mas desenquadrado de Sarabia depois de um cruzamento de Pedro Gonçalves (18′). A equipa de Rúben Amorim não era capaz de esconder as dificuldades claras que ia tendo para chegar ao último terço adversário e acabou por ser traída por mais uma transição do Portimonense: Fali Candé fugiu a Esgaio e a Inácio na esquerda, implementando muita velocidade, e cruzou rasteiro para a grande área; aí, pressionado com a presença de Fabrício, Matheus Reis procurou o desarme mas acabou por desviar para a própria baliza, colocando os algarvios a ganhar em Alvalade (21′).

Com o autogolo do central ainda antes da meia-hora, o Sporting encontrava-se numa posição pouco habitual: a perder no Campeonato, algo que só havia acontecido em Famalicão, na 4.ª jornada, e curiosamente também devido a um autogolo (na altura, de Nuno Mendes). Os leões procuraram reagir à desvantagem principalmente através de Sarabia, que era o grande inconformado da equipa e que ia desequilibrando tanto na direita como no corredor central, e o espanhol ficou perto de empatar com um pontapé ao segundo poste que Samuel defendeu (27′). O guarda-redes do Portimonense tornou-se protagonista no último quarto de hora da primeira parte, defendendo remates de Pedro Gonçalves (33′) e Ricardo Esgaio (42′), e o Sporting foi mesmo para o intervalo a perder pela primeira vez neste Campeonato.

Embora explorassem essencialmente a ala esquerda, onde Angulo estava visivelmente esgotado devido aos quilómetros percorridos entre tarefas defensivas e ofensivas, os leões causavam perigo principalmente a partir da direita e de Sarabia. O problema, quase sempre, era que os cruzamentos da área terminavam de forma infrutífera e, sempre que o Sporting tentava atacar pelo corredor central, a muralha algarvia aparecia para fechar caminhos e criar um autêntico labirinto.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Sporting-Portimonense:]

Na segunda parte, de forma natural, o Sporting instalou-se por completo no meio-campo adversário e procurou de imediato o empate, criado duas oportunidades nos primeiros dez minutos: Ricardo Esgaio atirou ao lado depois uma boa combinação com Sarabia (47′) e Paulinho também falhou o alvo depois de um cruzamento do lateral direito (54′). A pressão leonina permanecia inconsequente, embora tivesse o mérito de ter empurrado o Portimonense para o respetivo último terço, e Rúben Amorim decidiu mexer ainda antes de estar cumprida uma hora de jogo. João Palhinha saiu e Daniel Bragança entrou, ficando clara a ideia de que era tempo de ter bola com critério e chegar ao golo através do jogo apoiado — a única possibilidade possível para vencer a muralha defensiva dos algarvios.

Pouco depois, o Portimonense sofreu um duro revés: na sequência de uma arrancada de Matheus Reis pelo meio — um veículo que é cada vez mais importante na transição do Sporting –, Pedro Sá parou o central e viu o segundo cartão amarelo, deixando a equipa reduzida a 10 elementos com mais de meia-hora para jogar. Nesta fase e com Tiago Tomás no banco, Rúben Amorim optou por refrescar o corredor direito, onde Ricardo Esgaio estava a ter algum protagonismo com os movimentos interiores que ofereciam a ala a Sarabia, e tirou o lateral para lançar Geny Catamo, que se estreou pela equipa principal leonina com apenas 20 anos. O golo do empate, esse, só demoraria mais uns minutos.

Na sequência de mais uma arrancada de Matheus Reis, Daniel Bragança abriu em Nuno Santos na esquerda e o ala cruzou com regra e esquadro para o coração da grande área, onde Paulinho apareceu sozinho e a cabecear sem tirar os pés do chão para empatar a partida (65′). Paulo Sérgio reagiu ao tirar Fabrício para colocar Henrique Jocú, trocando um avançado por um médio e começando a blindar ainda mais a baliza, e o Sporting ia pressionando cada vez mais à procura da reviravolta. A cambalhota surgiu a pouco menos de um quarto de hora do fim: Matheus Reis voltou a aparecer em velocidade a abrir em Nuno Santos na esquerda, o ala cruzou para Pedro Gonçalves e o remate do avançado saiu contra um adversário; no ressalto, Paulinho surgiu ao segundo poste a desviar para bisar (76′) e colocar os leões a ganhar pela primeira vez no jogo.

Já dentro dos últimos 10 minutos, Paulinho ainda teve tempo para carimbar o hat-trick (83′) — algo que nunca tinha alcançado no Sporting e que não alcançava há mais de um ano –, num golo que acabou por ser decisivo porque Lucas Possignolo ainda reduziu a desvantagem com um pontapé acrobático nos descontos (90+2′). Certo é que os leões conseguiram vencer o Portimonense em Alvalade, chegaram à liderança isolada à condição da Primeira Liga, garantiram que vão roubar pontos no Clássico desta quinta-feira e terminaram o ano da melhor forma. Numa noite em que Matheus Reis errou para se levantar e ser um dos melhores em campo, Paulinho fez três golos para se despedir de 2021 já com a versão que quer ser em 2022.

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