Camilo Mortágua, de 87 anos, pai das deputadas do Bloco de Esquerda Joana e Mariana Mortágua, regressou a casa depois de ter sido dado como desaparecido na manhã de domingo, segundo informou a deputada Joana Mortágua, via rede social Twitter. Fonte oficial da GNR confirmou ao Observador que Camilo Mortágua foi localizado num hotel em Castelo Branco para onde foi de livre vontade encontrando-se “bem de saúde”. Regressou a casa na ao início da madrugada de segunda-feira, não chegando a estar desaparecido 24 horas.

“Pessoal. Obrigada por tudo. Estamos bem e orientadas, passou o susto. Pai em casa”, escreveu a bloquista naquela rede social. Não são conhecidos detalhes sobre o que terá estado na origem deste episódio. O Observador tentou contactar a família, que não quis prestar comentários.

Num outro post, publicado na madrugada de segunda-feira, Joana Mortágua agradece às entidades envolvidas e esclarece que o pai, afinal, está “a caminho de casa” e que “vai ficar tudo bem”.

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Camilo Mortágua foi dado como desaparecido na manhã de domingo, em Alvito, Beja. A notícia foi avançada pelo Jornal de Notícias e confirmada ao Observador por fonte da GNR de Beja.

A GNR e os Bombeiros de Alvito fizeram buscas em várias partes do distrito de Beja, mas também no Fundão, por se pensar que pudesse ter ido para aí. Segundo disse então fonte da GNR de Beja ao Observador, o alerta foi dado pelas 14h30 pela mulher de Camilo Mortágua. O pai das deputadas do Bloco saiu de casa de carro, um Skoda Octavia cinzento.

O destacamento de trânsito de Beja fez a reconstituição do possível percurso “de acordo com as indicações que a mulher deu por onde ele pudesse ter passado até ao Fundão”, indicou no domingo fonte da GNR ao Observador. Também os comandos territoriais de Évora, de Portalegre e Castelo Branco estiveram envolvidos nas buscas. O alerta sobre o seu paradeiro acabou por ser comunicado ao Centro Distrital de Operações de Socorro às 0h53, via Bombeiros de Alvito, que receberam a informação da GNR local.

Nascido em Oliveira de Azeméis a 29 de janeiro de 1934, Camilo Mortágua vive em Alvito há quase quatro décadas. Foi dirigente da Liga de Unidade e Ação Revolucionário (LUAR), tendo participado no desvio do paquete Santa Maria e no desvio de um avião da TAP, que lançou milhares de panfletos contra o regime de Salazar sobre as cidades de Lisboa, Setúbal, Barreiro, Beja e Faro.

Em abril de 1975, participou na ocupação da herdade da Torre Bela, na Azambuja. Recebeu das mãos de Presidente Jorge Sampaio, em 2005, a condecoração de Grande Oficial da Ordem da Liberdade.

*Notícia atualizada às 06h57 do dia 10 de janeiro