– É diferente ter um líder de equipa tão novo? Havia muito aquele figura do líder mais velho e consagrado e aqui é alguém que já ganhou também dois Tours mas que é da tua idade…
– Até facilita porque somos do mesmo ano [1998], temos a mesma idade e com isso temos mais ou menos as mesmas ideias, o mesmo mindset, estamos na mesma fase da vida apesar de já ter ganho duas grandes Voltas… Mas facilita sempre, bastante, e mostra que o ciclismo moderno está muito evoluído e com os jovens cada vez mais fortes e a darem mais cartas.

“Uma coisa é o João, outra é o João em corrida. Não diria que fico uma besta mas ligo o race mode e é desafiar o corpo até ao limite”

Em entrevista ao Observador, João Almeida não teve dúvidas em elogiar aquele que seria o chefe de fila na sua nova equipa, a Team Emirates, explicando que a ideia de trabalhar com Tadej Pogacar seria sobretudo um benefício em termos de adaptação e na forma de preparar corridas. Agora, no Media Day da equipa, que se encontra a realizar o primeiro estágio de 2022 na zona espanhola de Valencia, foi o corredor esloveno que elogiou a contratação do português – e que colocou como uma aposta para o Giro.

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“No início da temporada farei a Strade Bianchi e Milão-San Remo, depois farei também umas provas com a Emília, a Tre Valli Varesine e a Lombardia. Quanto ao Giro, vou estar a torcer pelos meus companheiros e acho que João Almeida tem boas chances de vencer. Ele tem mostrado há dois anos consecutivos que pode lutar pela vitória”, comentou o corredor de 23 anos, que eleva também a própria fasquia para 2022.

“O João Almeida não veio para trabalhar para ninguém” e terá “uma super equipa” para atacar o Giro, promete diretor da UAE Emirates

“O meu objetivo é fazer duas grandes voltas, o Tour e a Vuelta. A esta distância ainda muita coisa pode acontecer mas será essa a ideia. Tenho grandes memórias da Vuelta, que gostava de revivê-las no futuro”, revelou o esloveno que é bicampeão do Tour (2020 e 2021) e que já ganhou a camisola da juventude na Volta à Espanha, onde obteve três vitórias em etapas nesse mesmo ano de 2019.

“O Giro é o principal objetivo, é aí que quero estar no meu pico de forma. Mas as corridas a que eu for são corridas em que quero estar na discussão e na frente, não vou simplesmente para ganhar ritmo. Vou trabalhar duro para estar bem em todas as corridas mas de modo a que o meu pico de forma seja no Giro”, tinha assumido o português a meio de novembro ao Observador, falando sobre o percurso de 2022.

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“Estava à espera de três contrarrelógios e não só dois. E são dois não muito longos, um acho que tem nove quilómetros e o outro tem 18. Ou seja, a minha principal vantagem, que é o contrarrelógio, não vai estar 200% do meu lado. Mas mesmo assim, com a evolução que tenho feito em alta montanha, e também com o que me tenho esforçado, acho que no fundo a corrida é sempre decidida na montanha. O contrarrelógio afina ali um bocado as coisas, um lugar ou dois lugares, mas acho que no geral, se eu estiver em forma, não vai ser isso a tirar-me um lugar no pódio. Mas já estou a pôr a barreira muito alta! Mas claro que me vou esforçar e dar o meu melhor e ver como corre. Pódio? O pódio é um objetivo, um dia. Não quer dizer que seja já no próximo ano, espero ter uma longa carreira pela frente. Mas fazer um pódio numa Grande Volta é um objetivo que tenho e espero alcançá-lo”, revelara ainda o antigo corredor da Deceuninck Quick-Step.