A sustentabilidade é um dos principais conceitos presentes na Expo Dubai e uma preocupação para visitantes e expositores, da qual Portugal não quer ficar de fora, desde a conceção do pavilhão às exibições apresentadas no evento.

São 192 os países que se apresentam nesta edição da Expo, a primeira a realizar-se na região do Médio Oriente, e que coloca a sustentabilidade e o ambiente no foco da exibição, dedicando um espaço exclusivamente a esta temática.

No “sustainability district” são postas em ação algumas das tecnologias que os países já estão a aplicar, conjugando a proteção do meio ambiente com a economia.

Neste âmbito, é possível visitar uma área denominada “Terra”, onde é recriada uma floresta, com plantas como palmeiras, catos ou figueiras africanas, bem como algumas representações e sons de animais.

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À entrada surge um esquema que apresenta a evolução da agricultura, população, uso de energia e emissões de dióxido de carbono (CO2), desde 1700 e até 2000, seguido de um espaço completamente coberto de painéis solares.

A poupança de água, os plásticos e a proteção dos oceanos, com recurso a experiências audiovisuais, também estão presentes nesta exposição. A isto soma-se toda a praça central da ExpoDubai, onde se encontram diversas espécies de plantas e árvores, que criam espaços de sombra.

Para os visitantes, esta é uma aposta certa e um tema central, mas se alguns pedem o reforço das medidas de proteção do ambiente e a aposta na sustentabilidade, outros querem precaução nas medidas adotadas.

David Ptlchal, oriundo da República Checa, classificou, em declarações à agência Lusa, o evento como “incrível”, esperando visitar a grande maioria dos pavilhões durante os sete dias que vai passar no país. Já no que se refere à sustentabilidade, Ptlchal diz ser uma “preocupação”, mas critica a “visão exagerada da União Europeia” e pede que esta seja “gerida passo a passo”.

No sentido oposto, Rashi Gupta, residente no Dubai, vincou que esta temática é muito sensível e apelou para “que todos os países do mundo tenham em conta a sustentabilidade na tomada de decisões”.

A meio da manhã também começaram a chegar ao recinto vários turistas portugueses, como é o caso de José Prata.

“A sustentabilidade é uma preocupação, mas essa é a pergunta para os países ricos que não assinam os acordos [que preveem medidas, por exemplo, para combater as alterações climáticas]”, vincou, notando que Portugal também não é exemplo nesta área, uma vez que, sobrepõe, muitas vezes, a economia à ecologia.

Assim, destacou que cada cidadão pode tomar algumas medidas tendo em vista estes objetivos, tais como reciclar ou gastar menos água.

Manuel Pacheco, recém-chegado de Lagos, distrito de Faro, notou, por seu turno, que estas temáticas “deveriam ser uma preocupação para toda a gente”.

No Pavilhão de Portugal a sustentabilidade não foi esquecida, tal como garantiu à Lusa, o comissário-geral do país na Expo, Luís Castro Henriques.

É uma temática que está por todo o lado. Primeiro, através dos materiais que utilizámos na própria construção do pavilhão. Segundo, muitos materiais decorativos são sustentáveis. Nós passamos essa mensagem de que Portugal fez uma aposta muito grande já há mais de 15 anos na sustentabilidade do país, nomeadamente, a nível do setor elétrico, e isso está a passar para os produtos que vendemos pelo mundo fora, referiu.

Na zona expositiva do Pavilhão de Portugal existe ainda um pilar, exclusivamente, dedicado a este tema, que, segundo a organização, é um dos mais comentados.

Conforme apontou Luís Castro Henriques, os visitantes dizem, muitas vezes, que não sabiam da aposta que Portugal tinha feito nestas matérias, bem como dos resultados consequentes. “Hoje somos um país em que a produção de energia renovável na eletricidade tem uma [expressão] muito maior do que na larga maioria dos países do mundo”, concluiu.

A Expo Dubai prolonga-se até 31 de março de 2022.