Seis grupos apresentaram propostas para a reconversão da central do Pego, a última unidade a queimar carvão para produzir eletricidade em Portugal que fechou em novembro do ano passado.

Entre os concorrentes estão os acionistas da empresa que geria o Pego, a Tejo Energia, em concorrência com a Endesa (também acionista), mas também a EDP Renováveis e a Greenvolt, empresa de energias renováveis controlada pelos acionistas da Altri. Segundo o comunicado do Ministério do Ambiente e Ação Climática, há também propostas da Bondalti, empresa química da José de Mello (antiga CUF), da Brookfield (fundo de investimentos) e da Voltalia, empresa francesa de energias renováveis.

O prazo para a entrega das propostas ao concurso para o ponto de ligação à rede elétrica tinha sido adiado para janeiro, tendo terminado na segunda-feira à noite. O relatório final do juri com a análise das propostas deverá ser finalizado até 21 de fevereiro. O objetivo do concurso é escolher um projeto de energias renováveis e ou que reduza as emissões de CO2 para substituir a injeção de eletricidade produzida a partir do carvão na rede de transporte. Entre as propostas em análise estão os painéis fotovoltaicos e eólico, os gases renováveis (hidrogénio), os biocombustíveis avançados e sintéticos e soluções de armazenagem de energia.

Depois do fecho de Sines a central do Pego é a maior central de produção de energia em Portugal com potência instalada de mais de 600 MW para o carvão (que será convertida em energia renovável) e 800 MW (megawatts) a gás natural que ainda está a ser explorado. O concurso lançado por iniciativa do Governo foi contestado judicialmente pela empresa que explora a central, a Tejo Energia, na sequência do conflito entre os acionistas sobre o futuro projeto para o local.

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O caderno de encargos lançado pela Direção-Geral de Energia estabelece que serão favorecidas as candidaturas que criem mais valor económico para a região e financiem programas de requalificação dos trabalhadores que foram atingidos pelo fecho da central a carvão. E que cumpram estes objetivos no menor intervalo de tempo entre o fecho do carvão e o arranque do novo projeto. O fecho do Pego afetou centenas de trabalhadores, tendo o Governo libertado já verbas antecipadas do Fundo de Transição Justa para a energia para assegurar que há ações de formação sem perda de rendimento para estes.

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