Os resultados preliminares de um estudo conduzido em Telavive, entre os funcionários do Centro Médico Sheba já inoculados com a quarta dose das vacinas da Pfizer e da Moderna contra a Covid-19, foram apresentados esta terça-feira à tarde e revelaram que duas doses de reforço não são eficazes para impedir o contágio pela variante Ómicron, que entretanto se tornou dominante — em Portugal é agora responsável por 93% das infeções.

Apesar de ter aumentado significativamente os níveis de anticorpos, até na comparação com a terceira dose, e de ter revelado alta efetividade contra as variantes Alfa e Delta, a segunda dose de reforço não se mostrou eficaz contra a Ómicron.

Gili Regev-Yochay, chefe do serviço de doenças infecciosas do Centro Médico Sheba, o maior hospital do país, explicou que o estudo foi feito com 154 funcionários do hospital inoculados com a quarta injeção da vacina da Pfizer e 120 vacinados com a Moderna. “A quarta dose não parece ser suficiente para parar a variante Ómicron e, pelo que sabemos até agora, o nível de anticorpos necessários para se estar protegido contra a infeção por Ómicron parece ser demasiado elevado para estas duas vacinas”, disse a médica, citada pelo El País.

Israel foi o primeiro país a avançar com a quarta dose da vacina, no último dia de 2021, por enquanto apenas para maiores de 60, imuno-comprometidos e trabalhadores dos serviços sociais e de saúde.

Na semana passada, a Agência Europeia do Medicamento deixou um alerta: a administração de doses sucessivas de vacinas contra a Covid-19 pode enfraquecer o sistema imunitário. “Ainda não tivemos acesso a dados relativas a uma quarta dose e gostaríamos de ver estes dados antes de podermos fazer qualquer recomendação mas, ao mesmo tempo, estamos bastante preocupados com uma estratégia que prevê a vacinação repetida dentro de um curto prazo”, começou por dizer Marco Cavaleri, o chefe da Estratégia de Ameaças Biológicas para a Saúde e Vacinas da EMA. Logo a seguir, reforçou: “Não se pode dar continuamente uma dose de reforço a cada três, quatro meses”.

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