Em comunicado, a Câmara Municipal do Porto revela que a falta de vidro, alumínio, ferro e cobre forçam a conclusão da obra do Batalha Centro de Cinema no próximo verão. “A escassez de matéria-prima, o problema de fornecimento de componentes eletrónicas e a redução de pessoal em obra provocados pela pandemia ao longo do último ano, comprometem a obra de requalificação do Cinema Batalha, que deverá estender-se por mais cinco meses”, pode ler-se.

A empresa municipal GO Porto – Gestão e Obras do Porto adianta que a empreitada geral fica concluída no princípio do verão, sendo a abertura ao público prevista para o arranque da nova temporada, em setembro. Desde o início dos trabalhos no Cinema Batalha, cujas obras de reabilitação arrancaram em janeiro de 2019, que se verificou que o edifício apresentava um elevado estado de degradação, fruto de diversas inundações sofridas no período anterior à consignação, o que se refletiu em vários contratempos.

“Rebocos danificados, pavimentos de madeira que tiveram de ser substituídos, tetos que caíram e danificaram cadeiras de cinema que estava previsto serem aproveitadas, existência de fibrocimento na cobertura e em algumas paredes que estava oculto, e uma série de outras imprevisibilidades que originaram trabalhos inicialmente não previstos”, explica a autarquia do Porto.

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A pandemia afetou “gravemente” o desenvolvimento da empreitada e a obtenção de materiais de construção, um cenário que a empresa municipal GO Porto já tinha verificado na obra do mercado do Bolhão. “Nesta fase está verdadeiramente crítica, pois não há prazos de entregas de materiais e os valores continuam instáveis e a subir”, explica a vice-presidente da GO Porto, Cátia Meirinhos, acrescentando que a Covid-19 implicou ainda a redução de mão de obra, que chegou a rondar os 100/150 trabalhadores, e atualmente se situa em 20/30 pessoas em obra. “São constantes as equipas ausentes, devido a isolamentos profiláticos”, uma tendência que se tem acentuado nos últimos dois meses.

O trabalho de requalificação do edifício histórico, inaugurado em 1947 e projeto pelo arquiteto Artur Andrade, teve início a 18 novembro de 2019, depois de ter sido aprovada pelo Tribunal de Contas, a 31 de outubro do mesmo ano. Adjudicada por um valor próximo dos quatro milhões de euros, a intervenção, com assinatura do Atelier 15 (dos arquitetos Alexandre Alves Costa e Sérgio Fernandez), visa a reformulação e remodelação deste espaço cultural.

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“A conhecida Sala Bebé dará lugar a uma sala polivalente com bar e outras valências sociais. Além da sala principal, com uma capacidade de 341 lugares (distribuídos por 187 na plateia, 112 na tribuna e 42 no balcão), também foi construída uma sala-estúdio na parte posterior do segundo balcão, com capacidade para 134 pessoas. Foi ainda instalado um elevador, por forma a garantir a acessibilidade a pessoas com mobilidade reduzida”, adianta o município portuense.

O Batalha foi arrendado pela Câmara do Porto por um período de 25 anos e vai ser devolvido à cidade mais de uma década após o seu encerramento, retomando a sua função cultural centrada no cinema.