O partido de esquerda Más Madrid quer incluir mais línguas (árabe, bengali e o dialeto africano uólofe), faladas por comunidades de imigrantes “maioritárias”, em todos os cartazes, placares e placas de trânsito do centro da capital espanhola. O objetivo é “incentivar a diversidade intercultural” e erradicar “toda a forma de racismo e de xenofobia”.

A proposta, que o partido considera “justa para o reconhecimento da diversidade”, foi esta quarta-feira discutida pela autarquia e o plano seria implementá-la já a 21 de fevereiro, dia em que se comemora o Dia Internacional da Língua Materna em Espanha. “Reconhecer e proteger a pluralidade linguística não é só uma questão de princípios, é também um dever democrático para cuidar dos direitos de todas as comunidades”, argumenta o Más Madrid.

“Queremos reconhecer expressamente o valor da diversidade cultural como um dos sinais da identidade da nossa cidade”, reforça o partido, que dá exemplos de outras cidades, como Londres ou Nova Iorque, em que tal prática já está implementada.

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Além desta medida, o Más Madrid propõe adquirir, segundo informa o El Mundo, livros e materiais em árabe, bengali e uólofe, de forma a “ampliar o catálogo das bibliotecas públicas municipais”.

Durante a campanha para as últimas eleições madrilenas, nas quais o Más Madrid conquistou 24 lugares no governo autónomo da capital e ficou em segundo lugar (superando, inclusive, o PSOE), a candidata Mónica García distribuiu panfletos em variadas línguas, de modo a dar a conhecer as suas propostas às comunidades imigrantes que residem na capital.

Esta proposta foi criticada pela candidata do VOX às últimas eleições, Rocio Monasterio. Na sua conta pessoal do Twitter, escreveu que as pessoas “se matam a trabalhar” e pagam “impostos” para verem que esses recursos dedicados a “promover a imigração ilegal que traz insegurança” aos bairros de Madrid. “Basta já”, afirmou.

Em resposta, também no Twitter, o Más Madrid escreveu várias publicações em que explicava a medida, acusando o partido de extrema-direita de ter ficado parado no “século passado”.