Com um grupo parlamentar em crescimento e o envolvimento numa polémica ainda antes de a legislatura começar, o Chega está a beneficiar do estatuto de “mártir”. Um estatuto que está a ser criado e alimentado por António Costa, que “devia ter vergonha”, e pelo PS, defende o histórico do PSD Ângelo Correia.

Em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, esta sexta-feira, o social-democrata que apoiou Rio Rio centra as suas críticas mais duras a Costa, que “tragicamente para Portugal” estará a “criar um mártir que se chama Chega”, ao “excluí-lo da vida institucional”. A conclusão, para Ângelo Correia, é clara: “O grande apoio do Chega é o PS, e Costa é o seu mestre-de-cerimónias”, usando para isto a “chantagem pelo medo”.

Na mesma entrevista, Correia desvaloriza as culpas de Rui Rio no resultado eleitoral do PSD — é “redutor”, defende — e foca-se nas culpas do partido e dos críticos internos: o PSD, frisa, “começou a falar consigo próprio” e não com as pessoas que representa, passando a representar apenas umas quantas “tribos” que se digladiavam apenas e só pela “conquista do poder”.

Montenegro avança, mesmo com ciclo interno infernal. Pinto Luz tentado a ir a jogo

Agora, e dado o impasse interno que se vive, o ex-ministro de Balsemão defende que para corrigir a falta de “solidez” política do PSD e evitar passar ao estatuto de partido médio os sociais-democratas devem concentrar-se em garantir “um ou dois meses” de reflexão interna. Como o Observador noticiava esta quinta-feira, há pelo menos um candidato — Luís Montenegro — que avançará para a nova corrida à liderança do PSD, e que defenderá um calendário que fixe um congresso, no máximo, até meados de maio.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR