O ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, remeteu esta sexta-feira para a autonomia das instituições de Ensino Superior a decisão de manter em funcionamento a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa depois do ataque abortado pela Polícia Judiciária.

“Não houve nenhum ataque porque os serviços de segurança conseguiram prevê-lo”, disse o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior em declarações a jornalistas sobre a detenção de um estudante que planeava um ataque contra alunos da faculdade.

Para Manuel Heitor, as ameaças à segurança têm de ser encaradas com “um esforço solidário de todas as instituições”.

“Isto não se combate apenas com mais policiamento”, defendeu, rejeitando igualmente a colocação de detetores de metais nas instituições de ensino superior.

Este caso não é único no mundo. Nos últimos 20 anos, desde os ataques de 11 de setembro que observamos ameaças consecutivas destas”, declarou, admitindo ser “um caso inédito em Portugal”.

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Temos cidades e instituições seguras“, garantiu o ministro, assumindo que foi “totalmente surpreendido” com a notícia do ataque que estava a ser preparado por um jovem contra estudantes da sua faculdade.

Manuel Heitor fez apelos para a solidariedade, nomeadamente aos estudantes e associações, frisando que é preciso “estar alerta a todas as situações”.

Relativamente à decisão de manter em funcionamento a Faculdade de Ciências, com provas e exames, Manuel Heitor afirmou que em Portugal e na Europa as instituições de Ensino Superior são “totalmente autónomas”.

O diretor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa excluiu esta sexta-feira o cancelamento de exames, mas garantiu que será dada atenção à afluência a testes, numa declaração sobre a detenção de um estudante que planeava um ataque na faculdade.

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou que deteve na quinta-feira um jovem de 18 anos que estaria a preparar um ataque esta sexta-feira contra a faculdade que frequentava, considerando ter impedido assim uma “ação terrorista” e ter apreendido várias armas proibidas.

PJ trava atentado terrorista na Universidade de Lisboa previsto para amanhã

Segundo um comunicado da PJ, além de armas proibidas foram apreendidos outros artigos, “suscetíveis de serem usados na prática de crimes violentos” e vasta documentação, “além de um plano escrito com os detalhes da ação criminal a desencadear“. Fonte ligada ao processo disse à agência Lusa que o alerta para o atentado terrorista foi dado pelo FBI, unidade de polícia do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

O jovem detido está esta sexta-feira a ser ouvido em primeiro interrogatório judicial para determinação de medidas de coação.