O endividamento do setor não financeiro (administrações públicas, empresas e particulares) aumentou 16,9 mil milhões de euros para 768,1 mil milhões de euros, em 2021, mas reduziu em termos relativos face ao PIB, informou esta terça-feeira o Banco de Portugal(BdP).

Segundo o Banco de Portugal (BdP), o endividamento do setor público (administrações públicas e empresas públicas) aumentou 2,7 mil milhões de euros para 341,1 mil milhões de euros, enquanto o endividamento do setor privado (empresas privadas e particulares) aumentou 14,2 mil milhões de euros para 424 mil milhões de euros.

O BdP explicou que a subida do endividamento público “resultou, sobretudo, no crescimento do endividamento perante o setor financeiro e as próprias administrações públicas (11,5 e 3,4 mil milhões de euros, respetivamente)”, o qual foi “parcialmente compensado pela diminuição do endividamento junto do exterior e dos particulares (10,8 e 1,8 mil milhões de euros, respetivamente)”.

Já o endividamento do setor privado, afirmou, “traduziu-se, principalmente, no financiamento obtido junto do exterior (7,1 mil milhões de euros)”. Contudo, disse que também “aumentou o endividamento perante o setor financeiro e perante as próprias empresas privadas (1,2 mil milhões de euros, em ambos os casos)”.

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O endividamento dos particulares subiu 4,8 mil milhões de euros e levou ao aumento do endividamento face ao setor financeiro.

O BdP divulgou também os rácios do endividamento face ao Produto Interno Bruto (PIB), referido que como o aumento do PIB em 2021 foi superior ao aumento do endividamento isso levou a uma “evolução dos indicadores do endividamento do setor não financeiro em percentagem do PIB contrária à observada para os valores nominais”. Ou seja, enquanto os valores nominais aumentaram os valores relativos (face ao PIB) diminuíram.

Assim, em 2021, o endividamento do setor não financeiro baixou de 375,4% do PIB em 2020 para 363,3% do PIB em 2021 e o endividamento do setor público passou de 170,6% para 162,8% do PIB. Também o endividamento do setor privado baixou de 204,8% para 200,5% do PIB.

Já o endividamento total das empresas privadas cresceu 4,2%, mais três pontos percentuais do que entre 2019 e 2020. Por setor, a área das “indústrias transformadoras e extrativas” foi aquela em que o endividamento mais cresceu em 2021 (6,5%), enquanto o endividamento das empresas do setor “eletricidade, gás e água” diminuiu 2% em relação ao final de 2020.

Por fim, o endividamento total dos particulares aumentou 3,6% entre o final de 2020 e o final de 2021, mais 1,1 pontos percentuais do que entre 2019 e 2020. A próxima atualização destas estatísticas é em 21 de março.