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Mapa da guerra. O que se sabe sobre o 12.º dia do conflito na Ucrânia

Este artigo tem mais de 2 anos

Moscovo propôs corredores humanitários com destino à Rússia e Bielorrússia, mas Ucrânia não concorda com a rota. Arranca a terceira ronda de negociações após uma noite de fortes bombardeamentos.

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Europa Press via Getty Images

Europa Press via Getty Images

Ao 12.º dia de guerra, as negociações para um cessar-fogo falharam. A Ucrânia fala apenas em “alguns sinais positivos” no que diz respeito à logística de corredores humanitários. Antes do encontro, a Rússia divulgou as suas exigências para o cessar-fogo: o fim dos exercícios militares pelo exército ucraniano, a alteração da constituição do país para assegurar a neutralidade da Ucrânia e o reconhecimento da Crimeia como território russo. Mas os oficiais ucranianos consideraram estas medidas “inaceitáveis”.

Atualizado na tarde de 6 de março de 2022

A informação sobre o que se está a passar no leste da Europa é atualizada ao minuto no liveblog do Observador e está a ser contada pelos enviados especiais do Observador à Ucrânia, Cátia Bruno e João Porfírio.

Ponto de situação: o que aconteceu durante a noite?

  • O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, publicou um vídeo na sua conta de Telegram em que divulga a sua localização: na Rua Bankova, uma das ruas mais centrais de Kiev. “Não me escondo. Não tenho medo de ninguém. Isto é o que é preciso para vencer a guerra”, assegurou o líder ucraniano, que recusou abandonar o país e que está nas ruas com o exército.
  • Pouco antes, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, tinha insistido num encontro direto entre Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin, dizendo que o líder da Ucrânia “não tem medo de nada”.
  • A Ucrânia deu ordens para que todos os soldados ucranianos colocados em missões de paz noutros países do mundo em nome da ONU regressem ao país para a defesa do território. O decreto foi assinado pelo Presidente Volodymyr Zelensky e requer que soldados e material bélico estejam na Ucrânia para lutar contra a invasão russa.
  • As forças ucranianas anunciaram que mataram o major-general russo Vitaly Gerasimov, um militar sénior que participou na segunda guerra na Chechénia e um dos que mais contribuiu para a anexação da Crimeia em 2014.
  • Por outro lado, esta segunda-feira foi noticiado que Viktor Dudar, o jornalista trabalhava para o jornal Express e se alistou no primeiro dia da invasão da Ucrânia pela Rússia, morreu perto da cidade de Mykolaiv durante confrontos com forças russas.
  • Também Pasha Lee (também conhecido por Pavlo Li, nome de batismo), ator e apresentador de televisão ucraniano, morreu enquanto combatia os militares russos na cidade de Irpin, próxima de Kiev.
  • A posição da China mantém-se ambígua, mas o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, vão fazer mais uma tentativa para que este país tome uma decisão mais clara sobre o conflito na Ucrânia e irão falar ao telefone com o Presidente chinês, Xi Jinping, segundo noticiou a BBC.

  • As Nações Unidas enviaram para a Moscovo para uma primeira reunião técnica no ministério da Defesa Russo. A informação foi divulgada depois de se saber que a Rússia terá aceitado um cessar-fogo com início às 7 horas de terça-feira para a retirada de civis de cinco cidades ucranianas — Kiev, Sumy, Kharkiv, Chernihiv e Mariupol — e depois de terem sido cancelados os corredores humanitários desta segunda-feira, com a Ucrânia a alegar que derivariam na Rússia e na Bielorrúsia.
  • A Rússia está a planear recrutar soldados na Síria para se juntarem às forças do país para combater na Ucrânia. A informação foi revelada por um porta-voz do Pentágono, John F. Kirby, citado pelo New York Times, e leva o Pentágono a crer que este é mais um sinal de que a invasão russa não está a correr conforme planeado.
  • Esta notícia surge já depois de Vladimir Putin ter garantido, esta segunda-feira, que não vai recrutar mais soldados para lutar na Ucrânia, ao dizer que os “profissionais” estão a cumprir “os objetivos” a que foram propostos.
  • O secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin ordenou o envio imediato de 500 militares para a Europa para reforçar os contingentes da NATO.
  • A Ucrânia denunciou que a Rússia lançou um ataque aéreo nas cidades de Cherniahiv e Zhytomyr, em depósitos de petróleo, no noroeste do país. Para além do ataque aéreo, a Rússia terá usado tanques para deflagrar o fogo nos depósitos de petróleo.

O que se passou durante a tarde?

  • O Presidente dos EUA (Joe Biden), o Presidente francês (Emmanuel Macron), o chanceler alemão (Olaf Scholz) e o primeiro-ministro britânico (Boris Johnson) vão conversar hoje sobre a situação na Ucrânia, discutindo a aplicação de mais sanções ao regime russo.
  • Olaf Scholz já veio descartar o fim da importação da energia à Rússia. “O “fornecimento de energia para o aquecimento, a mobilidade, o fornecimento de eletricidade e a indústria não pode ser assegurado neste momento de outra forma”, afirmou.
  • Por cá, Marcelo Rebelo de Sousa convocou o Conselho de Estado para dia 14. O único ponto de agenda é a Ucrânia.
  • Na Letónia, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, garantiu que o país está “mais empenhado do que nunca” em defender os territórios que outrora integraram a União Soviética. “São um muro democrático que se opõe à maré de autocracia.”
  • Já o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, anunciou que a UE vai debater a candidatura da Ucrânia para se tornar Estado-membro “nos próximos dias”. Falou ainda com Putin, pedindo o fim das hostilidades e a permissão de corredores humanitários.
  • A Ucrânia tenta por tudo terminar o conflito, instando os juízes do Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, a emitirem uma providência cautelar para que a Rússia ponha fim à invasão.
  • Noutro esforço diplomático, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, e o seu homólogo russo, Sergei Lavrov, encontrar-se-ão em Antalya, na Turquia, na quinta-feira.
  • A cidade de Lviv, no oeste do país e que tem estado longe dos ataques do exército russo, atingiu a sua capacidade máxima para ajudar os civis que tiveram de fugir devido à guerra.
  • Um dos conselheiro do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou o exército russo de não saber “como lutar contra outros exércitos. Mas é bom a matar civis”.
  • A Rússia rejeitou ainda Chernobyl como local para discutir a segurança nuclear na Europa.

O que se passou durante a manhã?

  • Foram atrasadas para as 16h (14h em Portugal) as negociações entre Rússia e Ucrânia — A terceira ronda de negociações, inicialmente marcada para o meio-dia em Portugal, deverá começar duas horas mais tarde. O atraso, que já tinha sido avançado pela russa RT e atribuído a “alguns problemas logísticos do lado ucraniano”, foi confirmado no Twitter por Mikhail Podolyak, o conselheiro do presidente Volodymyr Zelensky.
  • As tropas ucranianas ganharam terreno em Mykolaiv e recuperaram controlo do aeroporto local — Vitalii Kim, governador do Oblast de Mykolaiv, anunciou esta segunda-feira que as tropas ucranianas recuperaram terreno na região e conseguiram retomar o controlo do aeroporto local. “O exército russo foi expulso do aeroporto e de vários outros pontos em redor de Mykolaiv. Agora estamos à procura dos invasores que fugiram”, disse Kim, num vídeo partilhado através da aplicação de mensagens Telegram.
  • A Ucrânia rejeitou a proposta russa de abrir quatro corredores humanitários — a partir de Kiev, Mariupol, Kharkiv e Sumy — com destino à Rússia e à Bielorrússia, segundo a vice-primeira-ministra da Ucrânia. “Esta não é uma opção aceitável”, disse Iryna Vereshchuk, citada pela AFP. A Rússia tinha proposto ao início da manhã um cessar-fogo para retirar cidadãos com destino à Rússia, Bielorrússia e a outras cidades ucranianas. A Ucrânia não concorda, porém, que o destino das rotas inclua os dois países opositores. Já antes, um porta-voz do presidente ucraniano tinha defendido que a proposta russa era “completamente imoral”.
  • Segundo a agência de notícias russa RIA Novosti, o corredor de Kiev terá Bielorrússia e depois a Rússia através de avião como destino. Já o de Kharkiv deverá ter apenas uma saída: a Rússia. Por sua vez, os corredores de Mariupol e de Sumy levam a outras cidades ucranianas.
  • Um ataque aéreo num aeroporto de Vinnytsia, a 360 km da capital da Ucrânia, matou nove pessoas, avança a agência de notícias AFP.
  • As forças russas mantêm os ataques contra várias cidades e regiões da Ucrânia, especialmente em Jarkov (leste), Sumy (noroeste) e Odessa (sul).
  • Já aterrou em Brest, na Bielorrússia, o avião da delegação russa enviada àquele país para nova ronda de negociações com a Ucrânia. A reunião está marcada para as 15h00 em Brest (menos três horas em Portugal continental).
  • A semana arrancou nos mercados internacionais com uma subida rápida dos preços do petróleo: o Brent chegou a atingir os 130 dólares por barril, depois de os EUA terem confirmado estar a ponderar uma proibição das compras de petróleo russo.
  • O efeito do aumento sucessivo dos preços já se está a ver em Portugal. Várias gasolineiras passaram esta semana a cobrar mais de 2 euros/litro na gasolina simples, como demonstram os dados da Direção-Geral de Energia e Geologia. De acordo com a mesma fonte, o gasóleo atinge 1,95 euros/litro.
  • Também no gás natural, na Europa, se sentem as consequências. Os preços dispararam 75% a um novo máximo histórico, esta segunda-feira, perante as perspetivas de novas sanções ao fornecimento russo de matérias-primas energéticas.
  • A bolsa de Moscovo vai continuar fechada, uma decisão que se estende pelo menos até 8 de março.
  • Já na Europa, as principais bolsas voltaram a abrir em forte baixa. Por volta das 8h20 em Lisboa, o EuroStoxx 600 descia 1,99% para 413,34 pontos. As bolsas de Londres, Paris e Frankfurt desciam 0,77%, 4,32% e 3,55%, bem como as de Madrid e Milão, que se desvalorizava 2,48% e 1,83%, respetivamente. Em Lisboa, o PSI20 estava a cair 2,57% para 5.194,66 pontos à mesma hora.
  • A noite foi de fortes bombardeamentos. Desde logo na localidade de Tuzla, em Odessa, onde um ataque russo com um míssil visou uma infraestrutura estratégica, mas não há, para já, informação de feridos nem mortes.
  • Os bombardeamentos visaram também a cidade portuária de Mykolaiv, no sul da Ucrânia (estratégica por estar às portas do mar Negro e a caminho de Odessa). O presidente da Câmara de Mykolaiv confirmou os novos ataques e disse que visaram edifícios residenciais.
  • Em Kharkiv, os serviços de emergência da Ucrânia dizem que pelo menos oito pessoas morreram na sequência de bombardeamentos russos a áreas residenciais na parte nordeste da cidade, nas últimas 24 horas.
  • Por outro lado, as autoridades ucranianas alegam ter recuperado a cidade de Chuhuiv, no leste da Ucrânia, das mãos russas.
  • O líder da comunidade territorial de Gostomel terá sido morto por tropas russas enquanto distribuía pão e medicamentos a residentes locais, segundo o The Kyiv Independent.
  • A Rússia não compareceu esta segunda-feira à audiência marcada para as 9h00 no Tribunal Penal Internacional, em Haia, a pedido da Ucrânia.
  • Horas antes do anúncio de cessar-fogo pela Rússia, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, divulgou mais um vídeo em que diz que as forças russas anunciaram para segunda-feira o bombardeamento de vários edifícios ucranianos, onde vivem e trabalham civis. Mais recentemente, num novo vídeo, apelou a um novo pacote de sanções, caso a Rússia não suspenda a invasão.
  • Além do alerta de Zelensky, as autoridades militares ucranianas divulgaram esta madrugada que o exército russo se prepara para atacar Kiev: mais concretamente, “começou a acumular recursos para a invasão” da capital. As tropas avançam de vários pontos, nomeadamente da cidade de Irpin, na periferia oeste de Kiev. Ao mesmo tempo, tentam aproximar-se da periferia leste da cidade através dos distritos de Brovarsky e Boryspil.
  • O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China indicou que Pequim irá “fazer esforços para tentar ajudar a resolver o conflito” entre a Rússia e a Ucrânia
  • Durante a noite, chegaram a Braga 44 refugiados ucranianos, entre os quais 23 crianças e três idosos. A chegada resultou de uma iniciativa da Câmara Municipal de Braga, que enviou profissionais e voluntários à Polónia. Muitas destas famílias têm amigos ou familiares em Portugal, mas terão também apoio da autarquia, se necessário, como contou a Rádio Observador.
  • Também esta segunda-feira vão reunir-se o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, o homólogo dos Países Baixos, Mark Rutte, e Boris Johnson, em Londres, para discutir a resposta internacional ao conflito. Está prevista uma conferência de imprensa. Londres avançou também que pretende dar 76 milhões de libras (mais de 90 milhões de euros) à Ucrânia.
  • Os bombardeamentos russos que danificaram um gasoduto fundamental para o abastecimento de gás natural no sul da Ucrânia deixaram um milhão de ucranianos sem gás natural.
  • A Rússia está a preparar-se para a possibilidade de se desligar da internet global. Isto significa que os cidadãos do país irão navegar numa rede controlada apenas por Moscovo e mostra como o país está cada vez mais isolado do mundo ocidental.
  • O Congresso norte-americano está a ponderar banir a importação de petróleo russo, pelos EUA, segundo a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, que avançou ainda que o Congresso deverá aprovar esta semana um pacote de ajuda à Ucrânia no valor de 10 mil milhões de dólares.
  • A Rússia está a recrutar combatentes sírios com experiência em combate urbano para a guerra na Ucrânia, segundo o The Wall Street Journal. A decisão surge numa altura em que as investidas das tropas russas se focam nas principais cidades do país.

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