“Os invasores russos não nos podem conquistar”, começou por dizer Volodymyr Zelensky no seu mais recente discurso, divulgado este sábado à noite na página oficial do Governo da Ucrânia, argumentando que não têm tamanha “força” ou “espírito”. E condenou concretamente “os invasores da região de Kherson” — no dia em que as forças russas estão a planear um referendo à população da cidade para criar uma república separatista.  Estão “a tentar repetir” a formação de “pseudo-repúblicas”, referindo-se à DPR (República Popular de Donetsk) e à LPR (República Popular de Lugansk).

O Presidente ucraniano falou mesmo em líderes locais “chantageados” e deputados “pressionados”, avançando que, neste sábado, numa reunião de emergência do Conselho Regional de Kherson 44 deputados aprovaram uma resolução que dita “que a região de Kherson é a Ucrânia”. “A Ucrânia resistirá ao teste. Precisamos de tempo e força para quebrar a máquina militar que chegou à nossa terra.”

“Não vou subestimar a ameaça. E não vou exagerar nas conquistas. Somos pessoas honestas”, disse ainda contraponto a sua postura à do invasor russo, nomeadamente ao “ministro da Defesa russo que mente a toda a gente — a milhões dos seus cidadãos e até ao chefe de Federação russa”, segundo acusou. Ainda assim, este foi o dia em que Zelenski notou uma alteração da postura da Rússia nas negociações, com uma nova abordagem “fundamentalmente diferente” de Moscovo deixou de “fazer só ultimatos”.

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Mas  conflito continua e o Presidente ucraniano volta a apelar à luta: “Todos os dias e todas as noites devemos procurar maneiras de causar o máximo dano ao inimigo. Em todas as áreas de defesa”. “Chegaremos a Melitopol e Henichesk. Iremos onde quer que seja a nossa terra”, disse Zelensky no discurso onde garantiu ainda que todos os corredores humanitários acordados funcionaram e que 12.729 pessoas foram retiradas com sucesso. E para a tarde deste domingo é esperada ajuda humanitária para Mariupol,

Uma constante nas intervenções diárias de Zelensky é o apelo ao ocidente: “Repito constantemente aos nossos amigos e parceiros no exterior que eles deveriam fazer mais pela Ucrânia, pelos ucranianos”.“O mal que bombardeia propositadamente cidades pacíficas… O mal que ataca até ambulâncias e faz explodir hospitais poderá não parar num país”, preveniu, fazendo ainda referência aos protestos contra a guerra que encheram as ruas de Itália este sábado.

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