Estão fechados os resultados que consagram Nuno Melo como novo presidente do CDS, com 74,93% votos na sua lista para a comissão política (era a única, o resto são votos brancos, depois de os restantes pré-candidatos terem desistido da corrida). Supera assim o resultado de Francisco Rodrigues dos Santos, há dois anos (65,7%), e consegue maioria em todos os órgãos do partido, aos quais traz, nas suas listas, um regresso do portismo há dois anos afastado da linha da frente do CDS (muito visível também na escolha da sua equipa de direção).

No caso do Conselho Nacional, Melo conquistou 65,68% dos assentos (47 mandatos), contra 31,53% da lista B, liderada por Fernando Barbosa (23 mandatos), o que significa que consegue dois terços dos assentos. O primeiro lugar será, assim, ocupado pelo ex-líder parlamentar Nuno Magalhães, proposto por Melo, seguido do ex-deputado João Rebelo. Fora das listas ficaram nomes bem conhecidos do portismo, como Cecília Meireles — que se afastou da vida política, pelo menos por agora — e João Almeida.

Portismo na direção de Melo. Núncio e Telmo Correia vices, Nuno Magalhães cabeça de lista ao Conselho Nacional

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Nos restantes 23 lugares estarão alguns dos fiéis de Francisco Rodrigues dos Santos, assim como nomes conhecidos por serem anti-portistas, incluindo o candidato desistente Miguel Mattos Chaves; o coordenador autárquico de Rodrigues dos Santos, Fernando Barbosa, que encabeça a lista; o seu primeiro vice, Miguel Barbosa; a estratega do agora ex-líder, Filipa Correia Pinto; e também elementos da corrente mais conservadora, a Tendência Esperança em Movimento (casos de Joana Bento Rodrigues e Mário Cunha Reis).

A lista B não tentou, no entanto, a corrida em vários dos outros órgãos. Melo concorreu sozinho à mesa do congresso (a sua lista teve 71,68% dos votos) e à mesa do Conselho Nacional (70,66%, com Pedro Mota Soares no papel de presidente, anúncio que provoca um dos mais expressivos aplausos no congresso).

Significa isto que o eurodeputado e recém-líder registou sempre votações superiores a dois terços, de resto semelhantes à que conseguiu com a sua moção (73%).

Há depois dois órgãos em que se sentarão membros das duas listas, distribuídos pelo método d’Hondt. É o caso do tribunal interno do partido, o Conselho de Jurisdição (65,79% da lista A, de Nuno Melo, e 29,31% da lista B, de Fernando Barbosa) e o Conselho de Fiscalização (65,19% para a lista A, 30,11% para a lista B).