O caminho traçado por Moscovo para dominar o território ucraniano não está a ter os contornos desejados e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, vai procurando outras estratégias para alcançar o seu objetivo. A reorganização no terreno é uma das opções tomadas nos últimos dias e, sabe-se agora, o Kremlin estará a pagar ao militares russos que foram expulsos do nordeste da Ucrânia para que voltem a combater e destruam o material militar da Ucrânia.

O objetivo “é subornar as unidades retiradas das regiões de Kiev, Cherniv e Sumy a regressar ao combate”, lê-se no relatório diário do Instituto para o Estudo da Guerra, (ISW, na sigla em inglês), publicado este domingo. O documento que monitoriza a ofensiva russa utiliza os dados avançados pela Rádio Svoboda, que, por sua vez, cita um documento oficial do Governo russo que terá sido emitido a 2 de abril.

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Neste contexto, e de acordo com o documento, o ministério da Defesa terá transformando as suas intenções militares em rublos. Para destruir uma aeronave de asa fixa, o Kremlin pagará 300 mil rublos — o equivalente a cerca de 2.500 euros. Se um militar conseguir eliminar um helicóptero, poderá receber 200 mil rublos — mais ou menos 1.700 euros. E, caso as tropas russas eliminem um veículo blindado e artilharia de origem ucraniana, o valor desce para 50 mil rublos, ou 426 euros.

O documento do ISW refere ainda que, de acordo com o Serviço de Inteligência Militar da Ucrânia, o Kremlin conta agora com pessoas que, até esta altura, não eram consideradas válidas para combater na Ucrânia. E aqui fala-se do recrutamento de pessoas portadoras de deficiência e trabalhadores de indústrias validadas como essenciais. As autoridades ucranianas revelam ainda que a polícia russa estará a destruir documentos relacionados com os registos médicos ou certificados laborais, para que os cidadãos russos sejam recrutados para o exército sem qualquer critério de seleção.

A propósito deste pagamento para destruir material ucraniano, a Rússia anunciou esta segunda-feira que destruiu sistemas de defesa antiaérea S-300, que foram fornecidos por países europeus. O Ministério da Defesa russa, citado pela Sky News, avançou que foram destruídas 129 aeronaves, 99 helicópteros, 243 sistemas de defesa antiaérea, 441 drones e mais de dois mil tanques e veículos blindados.