Portugal colocou, esta quarta-feira, 1.251 milhões de euros, acima do montante máximo anunciado, em Bilhetes do Tesouro (BT) a três e 11 meses, a juros negativos, mais baixos no prazo mais curto e a subirem no prazo mais longo.

Segundo a página da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) na agência Bloomberg, a 11 meses foram colocados 800 milhões de euros em BT à taxa de juro média de -0,314%, superior à registada em 16 de fevereiro, quando foram colocados 958 milhões de euros à taxa de juro média de -0,555%.

A três meses foram colocados quarta-feira 451 milhões de euros em BT à taxa média de -0,655%, inferior à registada também em 16 de fevereiro, quando foram colocados 292 milhões de euros a -0,610%.

A procura na emissão de quarta-feira atingiu 1.695 milhões de euros para os BT a 11 meses, 2,12 vezes o montante colocado, e 1.379 milhões de euros para os BT a três meses, 3,06 vezes o montante colocado.

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O IGCP tinha anunciado para quarta-feira dois leilões de BT com maturidades em 22 de julho de 2022 (três meses) e 17 de março de 2023 (11 meses).

Os leilões desta quarta-feira são os segundos deste ano em BT com estas maturidades, depois de o IGCP ter cancelado a realização de outros dois leilões de BT a três e 11 meses previstos para 18 de agosto do ano passado e de só ter realizado um leilão de BT a doze meses no segundo semestre de 2021.

Comentando os resultados dos leilões desta quarta-feira, o diretor de investimentos do Banco Carregosa, Filipe Silva, considerou que as “ligeiras discrepâncias acabam por refletir o movimento […] nas curvas de taxas de juro das dívidas soberanas mundialmente”.

“A guerra na Ucrânia tem tido um impacto na evolução das economias mundialmente, mas com maior incidência na Europa”, defendeu, concluindo que “Portugal começa a sentir os efeitos deste movimento e, apesar de nestes leilões de curto prazo as taxas ainda estarem negativas, parece ser uma realidade com os dias contados.”