A Alemanha pretende cooperar com as Forças Armadas da República Checa no fornecimento de armas de fabrico russo à Ucrânia, revelou nesta quinta-feira o chanceler alemão, Olaf Scholz.

A República Checa pode fornecer armas fabricadas na Rússia que a Ucrânia pode usar diretamente, enquanto nós ajudaremos o Exército checo a manter a sua força”, explicou Scholz, durante uma conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro checo, Petr Fiala.

Os dois chefes de governo não quiseram adiantar mais detalhes, até que o acordo esteja finalizado, noticiou a agência EFE.

Fiala assegurou, no entanto, que as negociações estão “muito avançadas”, prevendo que “armas pesadas” sejam entregues às forças ucranianas.

Scholz frisou ainda a necessidade de serem adotadas medidas para reduzir a dependência do fornecimento de energia russa, lembrando que esta tem “um papel diferente em cada país”.

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“Com o carvão e o petróleo avançamos muito e no que diz respeito ao gás estamos a trabalhar nisso”, referiu o chanceler alemão.

Já o primeiro-ministro da República Checa apontou que discutiu com Scholz o apoio que Berlim pode oferecer a Praga, para reduzir a dependência do país da Europa Central das importações de Moscovo.

Petr Fiala explicou que os dois líderes discutiram a possibilidade de aumentar a capacidade do oleoduto TAL, que conecta a República Checa ao estado alemão da Baviera, no sul.

Se esta medida se concretizar, “poderemos importar petróleo bruto suficiente para as refinarias checas e assim teríamos combustível para as necessidades dos cidadãos”, avançou o primeiro-ministro.

A República Checa importa da Rússia cerca de 95% do gás que consome, acrescentou.

Berlim e Praga acordaram também a criação de um grupo de trabalho para estudar a possibilidade de importação de gás natural liquefeito (GNL) através de um dos terminais que a Alemanha pretende construir na costa norte.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.