A Toyota só agora está a entrar no mundo da mobilidade eléctrica a bateria, mas aproveita os conhecimentos que possui a nível da electrificação – a esmagadora maioria dos seus veículos recorre há muito a motores híbridos – e de veículos eléctricos alimentados por fuel cells, para estar num estágio de evolução bastante mais avançado do que qualquer estreante nestas andanças.

Durante a apresentação do Lexus RZ 450e, o engenheiro-chefe da marca de luxo da Toyota, Takashi Watanabe, admitiu que o grupo já possui um sistema de 800V para os seus modelos. Contudo, irá continuar a utilizar o sistema convencional a 400V, como a quase totalidade de veículos hoje em produção, uma vez que defende que só vale a pena optar pelos 800V para modelos cujas baterias tenham uma capacidade superior a 100 kWh. Teoricamente, uma bateria a 800V permite recarregar à mesma potência com metade dos amperes, ou ao dobro da potência com a mesma amperagem, quando comparada com os sistemas a 400V. Porém, a realidade prova que há outras variáveis, pois só assim se compreende que os sistemas a 800V no mercado, como o do Porsche Taycan, apenas permitam recarregar a 225 kW numas versões e a 270 kW noutras, nos postos da Ionity, enquanto a Tesla (a 400V) recarrega a 250 kW nos seus Superchargers.

Lexus RZ 450e eléctrico tem 313 cv e volante de F1

Watanabe fez ainda saber que o grupo japonês está convencido que os automóveis de luxo, como os Lexus, deverão em breve oferecer autonomias entre 650 e 800 km, bons valores mesmo que baixem se o ritmo de condução for mais vivo, se o veículo transportar mais carga ou se estiver a puxar um reboque. O Lexus RZ 450e, com apenas 71,4 kWh de capacidade, ainda está longe destes valores, mas a marca continua a participar no desenvolvimento de células mais eficientes e com maior densidade energética. A provar que este objectivo é possível está a Lucid Motors, cujo Air oferece 1126 cv ou 805 km de autonomia.

Em relação à potência de carga das baterias, que está directamente associada à rapidez da operação, Takashi Watanabe afirma que carregar a 150 kW é um bom valor, se o objectivo for uma boa relação custo/potência, tanto para o veículo como, sobretudo, para a rede de carga.

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