A Hungria opõe-se à inclusão de líderes religiosos nas listas de sanções da União Europeia (UE) à Rússia devido à invasão da Ucrânia, como o patriarca Kirill, anunciou esta quinta-feira o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

Sancionar os dignitários da igreja “afetaria a liberdade de religião das comunidades húngaras, algo que é sagrado e inviolável“, disse um porta-voz do primeiro-ministro, citado pela agência de notícias oficial MTI.

Orbán reuniu-se esta quinta-feira em Budapeste com Inácio Ephrem II, o patriarca da Igreja ortodoxa síria, um dos líderes religiosos que têm apelado à UE para não sancionar Kirill, patriarca da Igreja ortodoxa russa.

O chefe da Igreja ortodoxa da Rússia está listado na nova proposta de sanções da Comissão Europeia contra Moscovo devido à invasão da Ucrânia.

Segundo a agência MTI, o patriarca sírio disse que incluir um líder da igreja na lista de sanções “criaria um precedente que confundiria milhões de crentes”.

O Governo de Orbán também não apoia as sanções europeias ao petróleo russo, uma vez que causaria problemas à economia húngara.

A Hungria importa da Rússia 65% do petróleo que consome e 85% do gás que utiliza.

A CE propôs na passada quarta-feira a redução das importações de petróleo russo até ao final do ano, embora vários países, como a Hungria e a Eslováquia, tenham até ao final de 2023, uma extensão que esses países pedem que se alargada até pelo menos três anos.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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