A Caixa Geral de Depósitos vai entregar ao Estado, sob a forma de dividendos, um total de 378 milhões de euros, mais do que o inicialmente avançado.

Um presente para Fernando Medina, ministro das Finanças, no dia em que o Orçamento do Estado foi aprovado.

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Em comunicado, a CGD diz que “procederá à entrega ao Estado Português, na qualidade de seu acionista único, de um valor total de 378.231.345 euros”.

Ou seja, os 378,2 milhões de euros são mais dinheiro do que estava inicialmente previsto, de entrega de 241 milhões de dividendos. A este valor a CGD junta mais 112.156.425 euros que estarão no balanço em reservas e resultados transitados  e assim consegue encher mais o cofre do Estado.

Estes dividendos são referentes ao exercício de 2021, em que a Caixa lucrou 583 milhões de euros.

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Paulo Macedo já tinha referido que a CGD tinha intenção de pagar ao Estado 400 milhões de euros até final de 2023, e com esta proposta esse valor fica quase todo estabelecido.

Já o Governo tinha inscrito na proposta de Orçamento do Estado para 2022 — aprovada esta sexta-feira 27 de maio — a projeção de dividendos para este ano de 200 milhões de euros. Ou seja, só aqui já tem uma almofada adicional de 178 milhões de euros.

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Já no caso do Banco de Portugal a proposta de dividendos a entregar ao Estado pelo banco central foi superior ao inscrito na proposta de Orçamento. Segundo foi anunciado este mês de maio, o Banco de Portugal entrega este ano 406 milhões de euros de dividendos. Também acima do inscrito no Orçamento que era de 295 milhões. Sobre esta discrepância, o administrador Hélder Rosalino admitiu que esse será o efeito de, no pagamento dos dividendos, ser retido na fonte um valor semelhante a uma taxa liberatória, o que significa que o Banco de Portugal apresenta um valor bruto e o Orçamento do Estado um valor líquido desse efeito.

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