A União Europeia conseguiu finalmente chegar a acordo para banir 90% do petróleo russo este ano — e o Presidente ucraniano, Volodmyr Zelensky, está “grato” e confiante nos efeitos negativos que a decisão europeia trará à Rússia.

No seu habitual discurso diário, Zelensky mostra-se satisfeito com o novo — o sexto — pacote de sanções europeias contra a Rússia. “Estou grato a toda a gente que trabalhou para chegar a este acordo. O resultado prático é menos dezenas de milhares de milhões de euros, que a Rússia não poderá, agora, usar para financiar o terror”.

Mas as conclusões de Zelensky vão além disto. O abandono da Europa do petróleo russo e outros combustíveis fósseis, aponta, significam também a transição mais rápida do continente em direção às energias renováveis. “Estrategicamente, isto deixa o Estado russo de lado na economia moderna”. Com políticas “agressivas” e um caminho de “isolamento do mundo civilizado”, a conclusão do Presidente ucraniano é só uma: “A Rússia simplesmente não vai ser capaz de se adaptar. Portanto, vai perder. Perder economicamente”.

De olhos postos no futuro, o governante ucraniano diz ainda, numa altura em que o sexto pacote acaba de ser aprovado, que assim que começar a ser aplicado começará a preparar o sétimo. “Não pode haver relações económicas significativas do mundo livre com um Estado terrorista”, remata.

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O novo epicentro do confronto e a “loucura” russa

Neste discurso, Zelensky deixa um recado aos que dão opiniões sobre o que as Forças Armadas ucranianas deviam estar a fazer e onde deviam estar a combater: a Ucrânia valoriza todas as opiniões, mas em primeiro lugar valoriza “todas as vidas”, garante.

Por isso, a situação militar deve ser avaliada no seu conjunto, não olhando apenas para a região do Donbass, onde, admite, a situação é “muito difícil”, com Severodonetsk, Lysychansk e Kurakhove no “epicentro do confronto”. Mesmo em Severodonetsk, onde há “produção química em grande escala” — mas “para a Rússia, qualquer loucura é absolutamente aceitável”, ataca.

O Presidente acaba a sua comunicação ao país com um apelo: toda a gente, a todos os níveis, deve ser “lobista” para intensificar os pedidos de armas pesadas e artilharia moderna a outros países; os cidadãos devem falar sobre isto onde quer que seja que pareça útil, seja a políticos de outros países, a jornais estrangeiros ou até a amigos que vivam fora.

“Esta narrativa de que precisamos de armas suficientes para vencer deve ser mantida constantemente. Trabalho para isto todos os dias”.