Ao 102.º dia de guerra, Kiev voltou a estar na mira das tropas da Rússia. A capital da Ucrânia acordou com várias explosões na sequência de ataques aéreos, que fizeram ferimentos em uma pessoa que teve de ser hospitalizada. Foi o primeiro ataque à cidade desde a visita de António Guterres ao país.

Em Moscovo, o Presidente russo voltou a ameaçar o Ocidente. Numa entrevista, Vladimir Putin disse que a Rússia vai atacar “novos alvos” se os Estados Unidos começarem a fornecer mísseis de longo alcance à Ucrânia, mas não especificou quais serão os alvos.

No teatro de guerra, os combates de rua continuaram em Severodonetsk, sendo que, de acordo com o governador da região de Lugansk, as forças armadas russas têm até dia 10 de junho para capturar por completo Severodonetsk ou então cortar por completo a estrada que liga as localidades de Lysychansk e Bakhmut.

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O que aconteceu durante a tarde e noite?

  • A escassez de água potável em Mariupol, cidade do sul da Ucrânia controlada pela Rússia, chegou a um nível crítico, diz um conselheiro do presidente da Câmara da cidade. Petro Andrushenko revelou que, para beber água (não totalmente potável porque ainda tem de ser fervida), os civis têm de se registar e só podem fazê-lo a cada dois dias.
  • Outro general russo morreu na Ucrânia, mais concretamente no leste do país, segundo um jornalista de um meio de comunicação estatal russo, citado pela Reuters. Alexander Sladkov não precisou onde e quando o major-general Roman Kutuzov faleceu.
  • O Presidente ucraniano visitou as tropas na linha da frentena região do sudeste do país de Zaporíjia a quem agradeceu pelo esforço. A informação foi avançada pelo gabinete de Volodymyr Zelensky, este domingo, segundo a Reuters.  
  • Além de Zaporíjia, o Presidente da Ucrânia também visitou postos de comando e militares na linha da frente na área de Bakhmut, na região de Donetsk, e Lysychansk, na região de Lugansk, ambas no leste do país.
  • Durante essa visita a Zaporíjia, Zelensky ouviu o governador da região, Oleksandr Starukh, dizer que quase 60% da região está ocupada pelas forças russas.
  • A Ucrânia falhou a qualificação para a fase final do Mundial de futebol, ao perder contra o País de Gales por 1-0 (com um autogolo). O selecionador da Ucrânia considera que a equipa merecia outro resultado e assumiu que é “muito difícil” jogar em altura de guerra. 
  • A visita do ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, à Sérvia foi cancelada, uma vez que três países à volta daquela nação dos Balcãs (Bulgária, Macedónia do Norte e Montenegro) fecharam o espaço aéreo à comitiva de Lavrov. A informação foi avançada pelo ministério dos Negócios Estrangeiros à agência Interfax. A visita deveria acontecer na segunda-feira.
  • A polícia da fronteira entre a Ucrânia e a Moldávia deteve o deputado ucraniano Yevhen Yakovenko, que foi colocado na lista dos procurados da Interpol pela Bielorrússia. As autoridades bielorrussas acusam Yakovenko de “suborno e corrupção” e pediram a sua extradição. 
  • A Rússia diz que destruiu, nos ataques aéreos sobre Kiev, tanques enviados para a Ucrânia por países da Europa de leste.
  • O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse este domingo que o país tem o petróleo que o mundo necessita e acusou Europa e Estados Unidos de cometerem um suicídio económico ao sancionar a Rússia no âmbito da invasão da Ucrânia.
  • A Ucrânia precisa de apoio militar “constante” dos países ocidentais, não de ajuda “pontual”, até derrotar as forças de Moscovo, defendeu por sua vez a vice-ministra da Defesa do país, Ganna Malyar.

O que aconteceu durante a manhã e tarde?

  • Kiev acordou com várias explosões. Segundo o autarca, os ataques russos atingiram dois bairros da cidade, atingindo “infraestruturas militares e civis”. As autoridades adiantaram que uma pessoa foi hospitalizada com ferimentos. Foi o primeiro ataque à capital da Ucrânia desde a visita do secretário-geral da ONU ao país a 28 de abril;
  • A Rússia garantiu ter destruído tanques blindados fornecidos à Ucrânia por países da Europa do Leste com os ataques aéreos a Kiev;
  • Segundo a empresa nuclear estatal ucraniana, um míssil russo, que terá sido lançado em direção a Kiev, passou pela central nuclear de Pivdennoukrainsk, no sul da Ucrânia, a uma altura “perigosamente baixa”.
  • O Presidente russo voltou a ameaçar o Ocidente. Numa entrevista, Putin disse que a Rússia vai atacar “novos alvos” se os Estados Unidos começarem a fornecer mísseis de longo alcance à Ucrânia. O líder russo, contudo, não especificou quais serão os alvos;
  • Os combates de rua continuaram em Severodonetsk. O governador da região de Lugansk adiantou, através do Twitter, que as forças armadas russas têm até dia 10 de junho para capturar por completo Severodonetsk ou então cortar por completo a estrada que liga as localidades de Lysychansk e Bakhmut.
  • Dois armazéns com cereais ficaram destruídos após um ataque russo em Mykolaiv;
  • Papa pediu “verdadeiras negociações” para um cessar-fogo “e uma solução sustentável” na Ucrânia, deixando um “apelo aos responsáveis das nações: não levem a Humanidade à ruína, por favor”;
  • Segundo a Procuradoria-Geral da Ucrânia, 262 crianças morreram e 467 ficaram feridas desde o início da guerra;