O presidente eleito do PSD disse esta segunda-feira, em Santarém, que “tem faltado uma política agrícola” para o país, pedindo que, mais que fixar novos objetivos, se passe “das palavras aos atos”.

Luís Montenegro visitou esta segunda feira, a 58.ª Feira Nacional da Agricultura/68.ª Feira do Ribatejo, que decorre em Santarém até domingo, considerando esta uma boa oportunidade para se perceber a importância do investimento no setor primário, de forma a ser mais produtivo e a assegurar “um nível de soberania alimentar que seja superior” ao dos últimos anos.

Questionado sobre a declaração da ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, de uma aposta na duplicação da produção de cereais no país, para fazer face à escassez provocada pela guerra na Ucrânia, Luís Montenegro afirmou que a questão não é “fixar um objetivo ambicioso”.

Salientando que, nos últimos 27 anos, o Partido Socialista governou 20, entre os quais os últimos sete, o novo líder social-democrata afirmou que “de nada vale, depois de tantas oportunidades, vir fixar novos objetivos”.

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Nós queremos é passar das palavras aos atos, à ação. Efetivamente o que tem faltado é uma política agrícola e até, dito de outra maneira, tem faltado colocar a agricultura no centro das prioridades políticas do país, e tanto assim é que sou capaz de arriscar dizer que, se a senhora ministra da Agricultura não estivesse a passear aqui com os responsáveis das confederações e das associações de agricultores, ninguém sabia quem ela era”, declarou.

Referindo-se ao tema da edição deste ano da Feira da Agricultura, “Inovação e Tecnologia”, Luís Montenegro salientou a importância do investimento no setor, congregando “uma boa agricultura com ambiente, com a preocupação com as alterações climáticas, com novas técnicas de produção, com a economia circular”.

Inaugurada sábado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a Feira Nacional da Agricultura (FNA) tem por lema “Bem-vindo ao futuro”, dando destaque, no espaço dos claustros, à inovação e à tecnologia, com uma mostra de exemplos do uso, pelo setor, da biotecnologia, da robótica e da inteligência artificial.

Além da presença de empresas da fileira agrícola e da exposição de raças autóctones, a FNA dedica um dos seus pavilhões a uma mostra do “melhor da produção nacional”, com realização de provas de degustação, dispondo, ainda, de espaços de restauração e momentos de reflexão e debate sobre temáticas agrícolas.

O programa inclui provas equestres, largadas de toiros, desfiles de campinos, animação com ranchos folclóricos e concertos.