A falta de mão-de-obra no setor da hotelaria, em Portugal, pode pôr em risco a retoma do turismo neste verão, que se espera significativa dada a diminuição de restrições relacionadas com a pandemia da Covid-19, alerta a Associação da Hotelaria de Portugal. A não ser que o Governo facilite a contratação de mão-de-obra estrangeira no setor.

O receio foi expresso pela vice-presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Cristina Siza Vieira, em declarações ao Diário de Notícias: “Os hotéis estão a recorrer imensamente a horas extraordinárias. Os trabalhadores sentem esse peso porque os que estão, trabalham mais. Esta é uma situação que não se aguenta muito tempo“.

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As declarações da vice-presidente executiva da AHP foram feitas na sequência de um inquérito promovido pela associação, que aponta para taxas de ocupação dos hotéis portugueses de pelo menos 59% entre junho e setembro. Com as reservas de última hora, as taxas de ocupação podem ainda aumentar e falta mão-de-obra: há um défice de 45 mil trabalhadores no setor do turismo, um terço dos quais (15 mil) nos hotéis, escreve o DN.

Defendendo que “a hotelaria é muito exigente e só há uma forma de equilibrar isto, é haver mais trabalhadores”, a responsável da AHP pede mais celeridade ao Governo na facilitação de contratação de profissionais estrangeiros para o setor: “É necessário agilizar os procedimentos e ter uma via verde para a imigração. Os outros países também se estão a mexer para ter um pacote para cativar imigrantes”. Cristina Siza Vieira pediu ainda uma redução da carga fiscal: “Estamos quase numa situação de pleno emprego [no setor], recrutar mais gente vai custar mais. O Estado tem de aliviar a carga fiscal na contratação. É muito pesado contratar em Portugal”.

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