Prestes a comemorar 60 anos de existência, na próxima quarta-feira, 29 de junho, os Comandos revelam que a prova de choque que em 2016 esteve na origem da morte dos recrutas Hugo Abreu e Dylan Silva já não existe.

“A sede não se treina”, disse ao Expresso o tenente-coronel Ricardo Camilo, comandante do Batalhão de Formação do Regimento de Comandos, explicando que para a prova inicial da instrução, que incluía o chamado “treino de desidratação”, os recrutas levam agora 4 litros de água na mochila de hidratação e mais outro litro no cantil. E isto se as temperaturas estiverem “amenas”, acrescentou. Se estiver mais calor, os instruendos podem ainda pedir para serem reabastecidos.

“Dados estatísticos da NATO dizem que, de cada vez que treinamos a sede, estamos a criar lesões irreversíveis. Hoje sabemos isso”, justificou o militar, frisando que o treino da sede e o treino para saber lidar com a falta de hidratação e de água são coisas diferentes.

Comandos. As 20 horas que mataram os dois recrutas

Apesar da mudança, garantiu ainda o tenente-coronel, a exigência do curso mantém-se — o que está expresso nas estatísticas da instrução, que raramente veem chegar ao fim mais do que 20 ou 30 recrutas de entre os 60 a 80 que são, a cada seis meses, selecionados para esta tropa de elite do Exército português.

Pensados para terem 400 militares, os Comandos, que foram reativados em 2002, têm neste momento 253 efetivos.

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