A Ucrânia tem levado a cabo missões secretas em território ucraniano para destruir infraestrutura do país. Os homens por trás dessas operações são membros do batalhão Shaman, uma força especial de elite onde só entram aqueles que passarem por uma série de testes de resistência extremamente exigentes. Agora, alguns membros deste batalhão estão dedicados a fazer operações pontuais para lá das linhas do inimigo, provocando disrupção ao esforço de guerra russo.

A informação foi confirmada ao jornal britânico The Times por dois dos agentes das forças especiais, que participaram em missões, e por uma terceira fonte dos serviços de informação ucranianos.

Em concreto, os agentes da batalhão Shaman — que, na verdade, é uma alcunha para o 10.º Destacamento das Forças Especiais Ucranianas — têm feito missões de sabotagem. O batalhão é conhecido na Ucrânia pela sua experiência: “Enviamo-los para as tarefas mais difíceis, porque são os melhores”, disse uma fonte dos serviços de informação da Ucrânia ao jornal.

Os dois agentes que falaram com o The Times têm ambos 25 anos, mas já dispõem de ampla experiência de combate. “As missões mais interessantes são as que fazemos para lá das linhas do inimigo: plantar explosivos perto da linha da frente, mas para lá da fronteira”, disse um dos homens. “Os russos não sabem o que aconteceu e às vezes nem conseguem acreditar que estivemos ali”, acrescenta o outro agente.

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Os dois homens recusaram dar mais detalhes das missões na Rússia, mas podem estar relacionadas com os ataques que se têm registado em locais como refinarias e redes de comunicação.

O batalhão Shaman tem também sido crucial no esforço de guerra em território ucraniano. A título de exemplo, participaram em combates contra as forças especiais russas no aeroporto de Gostomel, logo no início da ofensiva, e foram cruciais para impedir que as forças russas atravessassem o rio Irpin e chegassem a Kiev.

Esta é a primeira vez que a Ucrânia confirma estar a efetuar missões em território russo desde o início da guerra de larga escala, a 24 de fevereiro.