Irina Fernandes morreu, aos 38 anos, após uma batalha de dois anos contra o cancro, um processo que partilhou com o mundo nas redes sociais, nomeadamente no Instagram “Cancer I love you”, e através de uma série que protagonizou na TVI, intitulada “Amor Cura”.

Foram quase 100 mil os seguidores que acompanharam a história de Irina Fernandes. O percurso começou a 11 de março de 2020, o dia em que os portugueses confinavam, o dia em que a OMS decretava a Covid-19 como pandemia e o dia em que Irina recebia o diagnóstico de cancro da mama (que mais tarde saberia ser incurável).

Seis meses depois, decidiu partilhar o que estava a viver com o mundo: contou que o cabelo já tinha sido rapado há muito (e não por questões de saúde), admitiu ter medo que o filho a perdesse, tal como tinha perdido o seu pai aos 10 anos (e pelas mesmas razões), mas quis mostrar que a maneira de encarar a vida tem de ser através do amor. Foi no Instagram, entre centenas de stories e quase 500 publicações, que foi dando a conhecer o que se passava no dia a dia — das vitórias às derrotas, das conquistas às más notícias.

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A força de Irina Fernandes começou a servir de exemplo e seguiram-se entrevistas em programas televisivos, as reportagens em jornais e revistas e, em janeiro de 2022, protagonizou mesmo uma série na TVI, que tinha como título “Amor Cura”, a crença que sempre tentou transmitir durante o processo (e as palavras que tinha tatuadas nos dedos das mãos).

No final de maio, Irina foi operada a dois tumores metastáticos no cérebro e já tinha um pulmão comprometido pela metástase.

Este sábado, o marido de Irina, Rui, publicou uma série de fotografias da mulher e assinou um texto de despedida no Instagram, onde anunciou a sua morte. “A Irina partiu. Fico eu, tu, ele, nós, vós, eles para contar o que vimos. E o que vimos foi um substantivo e um verbo. Que juntos fazem mais que uma frase. Fazem uma lei universal. Amor cura.”

“O que eu vi foi uma pessoa curar-se e aos outros com amor. Foi o que eu vi. Ela curou-se. Curou-se mesmo. E seguiu para outro plano curada. Sem mágoa, sem cicatrizes, sem dor. Ela sabia. Tinha razão. Amor cura”, escreveu.