A Infraestruturas de Portugal (IP) comprometeu-se esta terça-feira a fazer um estudo de viabilidade para substituir por passagens inferiores as passagens superiores pedonais instaladas na Granja e na Aguda, em Gaia, no âmbito da obra da Linha do Norte.

O protocolo assinado hoje pela IP e pela Câmara de Vila Nova de Gaia, numa cerimónia presidida pelo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, refere que serão estabelecidas as “condições de supressão do atravessamento de nível (ATV) na estação da Granja ao quilómetro 320+436 e da passagem de nível (PN) no apeadeiro da Aguda ao quilómetro 321+702”.

O mesmo documento fala na realização de “um estudo da viabilidade da construção de passagens inferiores pedonais em substituição das passagens superiores pedonais (…) na estação da Granja e do apeadeiro da Aguda”.

O terceiro ponto do protocolo diz respeito à trasladação do mirante da Madalena, uma estrutura do século XIX que o presidente da Câmara, Eduardo Vítor Rodrigues, revelou que será “reconstruído na integra em espaço imediatamente contíguo”.

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Sobre as passagens superiores que entretanto já estão a ser feitas, Eduardo Vítor Rodrigues disse esperar que as atuais estruturas “sejam consideradas provisórias“.

Em causa está o projeto que a IP tem vindo a implementar ao longo do troço ferroviário da Linha do Norte entre Espinho (distrito de Aveiro) e Vila Nova de Gaia, o qual inclui a colocação de separações acústicas, reformulação de apeadeiros e construção de passagens pedonais superiores para substituir as atuais.

Esta obra já motivou queixas apresentadas por movimentos cívicos locais junto do Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, bem como ao Ministério Público e ao Provedor da Justiça Europeu, com o argumento de mau uso de fundos comunitários.

Somam-se o envio de uma carta aberta ao Presidente da República, petições públicas, pedidos de esclarecimento e protestos no local.

A construção de passagens superiores e de muros nas zonas de Miramar, da Granja e na Aguda tem sido alvo da contestação das populações locais, que já os apelidaram de “mamarracho”, “escarro arquitetónico” ou “muros de Berlim”.

Paralelamente, também foi contestada a demolição de um mirante na Madalena para construção de uma passagem superior.