A Bugatti, que neste momento fabrica apenas o Chiron, produz como complemento uma série de versões especiais, umas mais exclusivas do que outras, mas sempre fabricadas em pequenos números e personalizadas ao gosto de cada cliente. E estes despendem sempre, com manifesto regozijo, mais uns milhões de euros pelo privilégio de ter um hiperdesportivo ligeiramente distinto do Chiron e muito mais exclusivo.

A apresentação pública do novo Bugatti Mistral, nome de um vento particularmente popular entre os franceses, ocorreu no The Quail, evento integrado na Monterey Car Week, com o Quail Lodge & Golf Club a ser vizinho de outro campo, o de Pebble Beach, onde decorrem outras tantas actividades associadas a esta semana dedicada aos automóveis novos e clássicos. E como não podia deixar de ser, foi Mate Rimac, o CEO da Rimac a quem o Grupo Volkswagen cedeu a liderança da Bugatti, a defender os pergaminhos da mais recente criação da marca francesa.

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O Mistral é um roadster, um descapotável potente, como todos os modelos da casa, com uma frente longa e com apenas dois lugares. Uma série de pormenores distinguem-no do Chiron, especialmente ao nível da frente e da traseira, mas na essência mantém tudo o que é bom e digno de realce que nasceu para animar o hiperdesportivo da Bugatti. Um dos trunfos do Chiron sempre foi o motor W16 com 8 litros de capacidade que, com os seus quatro turbocompressores, é o mais exuberante do mercado. No Mistral debita 1600 cv, o máximo valor até agora extraído deste 16 cilindros distribuídos em “duplo V”, igualando assim a potência do Chiron Super Sport 300+, o veículo que atingiu 490,484 km/h em 2019.

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Como explicou o responsável pela Bugatti, o Chiron não foi concebido para ser descapotável, ao contrário do Veyron, que desde o início previu uma versão com carroçaria aberta. Daí que o chefe de design Achim Anscheidt tenha afirmado que “era impossível cortar apenas o tejadilho do chassi monobloco em fibra de carbono depois do pilar A, mas face à tradição dos carros abertos na marca, sentimos a pressão de conceber um roadster capaz de respeitar a história da Bugatti”.

Se por fora o hiperdesportivo é inebriante, por dentro não lhe fica atrás, com materiais e uma qualidade de acabamentos raramente vistos em automóveis, mesmo os deste nível de preços. E porque quem paga uma fortuna por algo que se desloca sobre quatro rodas é tradicionalmente muito dado aos detalhes, a Bugatti introduziu um pormenor curioso na alavanca da caixa automática de dupla embraiagem: um elefante empinado sobre as pernas traseiras, o símbolo da Bugatti, que no Mistral surge envolto em âmbar, como os cinéfilos se recordarão que acontecia com os mosquitos que tinham no seu ventre o sangue dos dinossauros na saga Jurassic Park.

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Do Mistral apenas se vão produzir 99 exemplares, cada um a custar a módica quantia de 5 milhões cada (antes de impostos, como é óbvio), o que corresponde ao dobro exigido na compra de um Chiron. E apesar de apenas começarem a ser entregues no início de 2024, todas as unidades já estão vendidas há muito.