Riu-se, fintou a pergunta, deixou qualquer resposta para mais tarde quando já soubesse com o que podia contar na prática. Roger Schmidt assumiu que estava aliviado com a qualificação do Benfica para a fase de grupos da Liga dos Campeões, mostrou-se satisfeito também pela forma como os encarnados ganharam os quatro encontros na terceira pré-eliminatória e no playoff com Midtjylland e Dínamo Kiev, mas preferiu não falar muito das ambições que o clube poderia ter para a prova. Mais uma vez, e num plano teórico, há dois conjuntos que podem partir como favoritos (um mais do que outro, entenda-se). No entanto, esse era também o cenário na última época com Bayern e Barcelona e o clube da Luz só caiu nos quartos.

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O PSG surge como um natural candidato à passagem e ao primeiro lugar. Já o era em anos anteriores pelo plantel que tinha, agora é ainda mais por aquilo que joga. Em apenas quatro jogos, a equipa que agora é comandada por Christophe Galtier marcou 21 golos numa média superior a cinco por jogo (a última vítima foi o Lille de Paulo Fonseca, goleado por 7-1 com o primeiro golo a demorar… oito segundos). Mbappé e Lionel Messi voltaram a ser felizes, Neymar está a fazer o melhor arranque de temporada da carreira e há ainda os portugueses Nuno Mendes, Danilo Pereira, Vitinha e Renato Sanches, o jogador formado no clube que foi campeão em 2016 antes de sair para o Bayern. As diferenças na atualidade são evidentes, no histórico nem por isso. Aliás, pelo contrário: o Benfica passaram nos oitavos da Taça UEFA de 2005/06 e da Liga Europa de 2010/11, partilhando triunfos na fase de grupos da Champions em 2013.

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Depois, a Juventus. O clube a quem os encarnados ganharam para chegarem à final da Taça dos Clubes Campeões Europeus em 1968, com quem perderam nos quartos da Taça UEFA em 1993, a quem voltaram a ganhar e com a decisão em Turim no acesso à última final internacional, a Liga Europa de 2013/14. Os italianos deixaram de ser aquela equipa sem rival no plano interno, perdendo esse domínio para Inter e AC Milan, mas apostam forte neste segundo ano de Massimiliano Allegri versão 2.0 com as contratações a custo zero (dentro do que representa o custo zero…) de Paul Pogba e Ángel Di María, outro regresso à Luz mais de uma década depois da saída e das passagens por Real Madrid, Manchester United e… PSG. Bremer e Kostic foram os outros reforços de peso numa época que se pretende de viragem.

Por fim, o Maccabi. Desde 2015/16 que não havia uma equipa israelita a jogar a fase de grupos da Liga dos Campeões, com o conjunto de Haifa a tornar-se também aquele com mais presenças na prova à frente dos rivais Maccabi Telavive e Hapoel Telavive. O Benfica nunca defrontou o Maccabi Haifa e parte como favorito nos compromissos com os israelitas, sem nomes “mediáticos” do futebol europeu, mas a forma como conseguiu evitar o Estrela Vermelha na Sérvia ficou como aviso para os perigos que traz.

“É um grupo de grande qualidade. Vamos ter seis jogos interessantes. Todos conhecem a Juventus, é um clube histórico do futebol europeu, o PSG também persegue o objetivo europeu nos últimos anos, com um plantel recheado de grandes jogadores. O Maccabi Haifa, se não sabem, é o campeão de Israel. Teve sucesso nos quatro jogos de qualificação para Champions, tal como nós. Vai ser um grupo difícil mas vamos manter sempre o mesmo objetivo de poder passar a fase de grupos. O conforto que os nossos jogadores vão ter é manter a competência que têm tido e tiveram na temporada passada, com uma grande campanha que fizemos na Liga dos Campeões. São jogos completamente diferentes mas o Benfica tem sempre o mesmo objetivo que é passar a fase de grupos. Trata-se de um grupo bastante difícil, mas nós tivemos a grandeza de poder estar aqui na fase de grupos”, comentou Simão Sabrosa à BTV.