Depois de quase duas semanas com a respiração suspensa, o Sporting respirou. Após as derrotas no Dragão com o FC Porto e em Alvalade com o Desp. Chaves, algo que engrossou a preocupação relativamente a um último dia de mercado pouco agitado, a equipa de Rúben Amorim voltou às vitórias e derrotou o Estoril na Amoreira. Ou seja, igualou o FC Porto na tabela, ainda que à condição — algo que não deixa de ter um impacto emocional no balneário.

A primeira página do Evangelho segundo St. Juste (a crónica do Estoril-Sporting)

Mais do que o facto de ter conseguido vencer novamente, o Sporting conseguiu esta sexta-feira inverter uma lógica pouco habitual desde que Rúben Amorim chegou a Alvalade mas que foi uma realidade nas últimas duas jornadas. Ou seja, voltou a marcar golos, algo que não fez nem contra o FC Porto nem contra o Desp. Chaves, e voltou a não sofrer golos, algo que também não conseguiu fazer nem no Dragão nem no próprio estádio. Tudo, curiosamente, na Amoreira: um sítio onde o Sporting não conseguia dois triunfos consecutivos sem conceder golos, contando com o jogo da época passada, há 40 anos.

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Na zona de entrevistas rápidas, depois de se estrear a titular, de se estrear a marcar e de ainda ser eleito o Homem do Jogo, Jeremiah St. Juste era obviamente um jogador satisfeito. “Colocámos muita energia neste jogo. Foi muito importante respondermos assim depois do jogo da semana passada. Colocámos muita energia, muito empenho. Poderíamos ter tido mais calma no último terço de forma a conseguirmos ter mais oportunidades. É fantástico ajudar a equipa com um golo. Há coisas que deveríamos fazer melhor, incluindo eu. Mas estou feliz com a nossa prestação. Amorim? É claro no que quer para a equipa. Tem uma grande carreira pela frente e é bom fazer parte do seu percurso”, atirou o central neerlandês contratado ao Mainz este verão.

Já Rúben Amorim defendeu que a vitória leonina foi “justa”. “Entrámos muito bem, fizemos uma excelente primeira parte e, ao contrário do que aconteceu com o Desp. Chaves, conseguimos marcar. Senti na primeira parte que a revolta da equipa ficou demonstrada. Na segunda, senti a intranquilidade dos resultados, das duas derrotas seguidas. O Estoril não teve oportunidades, só bolas dadas por nós”, atirou o treinador, comentando depois o facto de os leões terem inaugurado o marcador ainda no quarto de hora inicial.

“Não foi uma estratégia, foi o nosso trabalho. Gostei mais da primeira parte contra o Desp. Chaves, com mais oportunidades, mas olha-se mais para o resultado. Baixámos um bocadinho na segunda parte mas controlámos sempre o jogo. Com o vento protegemos um bocadinho e acabámos por ter menos oportunidades na segunda parte”, acrescentou, comentando depois a aparente crise de resultados. “Todos têm de querer mais e nós também. Sabemos do momento, se olharmos para as coisas este momento é difícil, com duas derrotas. Bastam duas derrotas. Temos de encarar isto com normalidade”, terminou Rúben Amorim.