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O motor precisava de assistência? Está aí Eustáquio, o piquete (a crónica do Gil Vicente-FC Porto)

Este artigo tem mais de 1 ano

Sérgio Conceição fez uma pequena revolução no onze e FC Porto venceu o Gil Vicente em Barcelos com duas assistências de Stephen Eustáquio (0-2), que foi titular e cumpriu os 90 minutos pelos dragões.

FC Porto v CS Maritimo - Liga Portugal Bwin
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O internacional canadiano foi titular e fez as duas assistências para os golos dos dragões

DeFodi Images via Getty Images

O internacional canadiano foi titular e fez as duas assistências para os golos dos dragões

DeFodi Images via Getty Images

Em Vila do Conde, o FC Porto não fez uma boa exibição. Marcano errou nos três golos do Rio Ave, os avançados não tiveram a clarividência necessária e os dragões perderam de forma totalmente justa. Quando soou o apito final, a justificação para a derrota mais depressa era exigida aos jogadores do que ao treinador. Sérgio Conceição, porém, conseguiu perder também na zona de entrevistas rápidas para se tornar a figura do desaire.

Na flash interview, o treinador dos dragões criticou o alegado anti-jogo do Rio Ave, defendeu que a segunda parte tinha tido um reduzido tempo útil de jogo e mostrou-se muito desagradado com a forma de agir do vilacondenses. Os factos, porém, mostraram que estava errado: a partida foi a que maior tempo útil de jogo teve em toda a jornada, a segunda parte teve maior tempo útil de jogo do que a primeira e ficou para todos os que assistiram à partida que o Rio Ave não quis nem pretendeu desperdiçar minutos. Mas Sérgio Conceição não fez mea culpa.

Ficha de jogo

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Gil Vicente-FC Porto, 0-2

5.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Cidade de Barcelos, em Barcelos

Árbitro: João Pinheiro (AF Braga)

Gil Vicente: Andrew, Hackman (Tomás Araújo, 45′), Lucas Cunha, Rúben Fernandes, Adrián Marín, Vítor Carvalho (Matheus Bueno, 84′), Aburjania (Pedro Tiba, 45′), Fujimoto, Bilel (Danilo, 45′), Boselli (Kevin, 45′), Fran Navarro

Suplentes não utilizados: Brian, Mizuki, Henrique Gomes, Élder Santana

Treinador: Ivo Vieira

FC Porto: Diogo Costa, Pepê (João Mário, 82′), Pepe, David Carmo, Wendell, Uribe, Stephen Eustáquio, Otávio (Danny Loader, 90′), Galeno (Gonçalo Borges, 82′), Taremi (Evanilson, 76′), Toni Martínez (Gabriel Veron, 76′)

Suplentes não utilizados: Cláudio Ramos, Marcano, Bruno Costa, André Franco

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Taremi (41′), Galeno (44′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Vítor Carvalho (71′)

“Na flash, logo a seguir ao jogo, onde não tive informação nenhuma de uma coisa sobre a qual fui massacrado esta semana, falei do tempo útil de jogo. Acho alguma piada a quem mete as garras de fora rapidamente para extrair algo que lhes interessa do meu discurso — no qual assumi a culpa, eu e os meus jogadores, da primeira parte que fizemos. Tivemos ocasiões para ganhar o jogo, sem dúvida, mas o Rio Ave mereceu ganhar o jogo. Os responsáveis pela derrota fomos nós, eu e a prestação dos meus jogadores, que não foi a que têm vindo a mostrar nestes últimos anos. Depois falei naquilo que é o futebol português, de uma forma geral. Somos o 31.º país no tempo útil de jogo. Se acham que a média até foi superior, e foi, mas não temos de ficar contentes. Já disse e volto a repetir: não contem comigo em nenhuma reunião da Liga para promover bom futebol e todo esse romantismo porque, para mim, isso não existe e é uma hipocrisia”, defendeu o treinador dos dragões.

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Era neste contexto que, este sábado e já depois de o Sporting e o Benfica vencerem os respetivos jogos, o FC Porto — que no último dia de mercado só contratou o guarda-redes Samuel Portugal — visitava o Gil Vicente em Barcelos. Sérgio Conceição operava uma pequena revolução no onze inicial: saíam Marcano, Zaidu, João Mário, Bruno Costa e Evanilson, entravam David Carmo, Wendell, Stephen Eustáquio, Galeno e Toni Martínez, com o central português que custou 20 milhões de euros a estrear-se desde logo a titular pelos dragões e Zaidu a não aparecer sequer na ficha de jogo. Do outro lado, em comparação com o empate dos gilistas frente ao Vizela, Ivo Vieira lançava Hackman e também Bilel no onze inicial.

O jogo começou morno, com o FC Porto a assinar o primeiro remate da partida com um pontapé de Stephen Eustáquio que passou muito por cima da baliza (4′). Tal como tinha acontecido com o Rio Ave, os dragões permitiram que fosse o adversário a ter primeira grande oportunidade, com Diogo Costa a evitar que Bilel inaugurasse o marcador com uma defesa decisiva depois de o avançado ter ficado isolado na cara do guarda-redes (7′). A equipa de Sérgio Conceição tinha o controlo claro do jogo, com mais posse de bola e atuando totalmente inserida no meio-campo contrário, mas era notório que o Gil Vicente conseguia criar perigo sempre que lançava a transição rápida.

Toni Martínez colocou a bola no fundo da baliza ainda dentro dos 20 minutos iniciais, batendo Andrew quando só tinha o guarda-redes pela frente (17′), mas o lance foi anulado pelo VAR por fora de jogo do espanhol. Otávio teve uma enorme oportunidade para marcar ao atirar por cima quando só tinha a baliza deserta pela frente, na sequência de um bom desequilíbrio de Toni Martínez na esquerda (20′), e o FC Porto ia dominando sem asfixiar os gilistas. Os dragões atacavam com muita mobilidade, sublinhando-se principalmente as arrancadas de Pepê pelo corredor direito e os movimentos que Otávio fazia para combinar com o brasileiro, mas não demonstravam grande clarividência nas decisões e erravam constantemente no último passe ou na última definição.

Toni Martínez voltou a marcar já depois da meia-hora, num lance muito semelhante ao primeiro e com assistência de Taremi (35′), mas a jogada foi novamente anulada por fora de jogo do avançado espanhol. Pouco depois, porém, seria mesmo a contar: Otávio tentou picar para a área e dois duelos aéreos deixaram a bola redondinha para Taremi, com o iraniano a atirar de primeira e em jeito para bater Andrew (41′). Três minutos depois, o FC Porto aumentou a vantagem por intermédio de Galeno, que só teve de encostar após um grande trabalho de Eustáquio, que recebeu de Taremi na esquerda para atrair o guarda-redes e deixar o colega de equipa completamente solto (44′).

Na ida para o intervalo, o FC Porto estava a vencer de forma justa e justificada e o Gil Vicente tinha desaparecido por completo do jogo a partir da meia-hora, deixando a iniciativa totalmente entregue ao adversário e limitando-se a defender. Ainda assim, tal como já tinha sido percetível nos primeiros minutos, dificilmente os dragões poderiam relaxar nas tarefas defensivas, com os gilistas a demonstrarem qualidade na hora de desdobrar os setores para chegar a zonas de finalização.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Gil Vicente-FC Porto:]

Ivo Vieira estava claramente descontente com a primeira parte do Gil Vicente e fez quatro alterações ao intervalo, lançando Tomás Araújo, Danilo, Pedro Tiba e Kevin. A lógica do jogo, porém, não se inverteu: o FC Porto ia gerindo com toda a tranquilidade, com posse de bola e presença no meio-campo adversário, e o Gil Vicente mantinha-se quase inofensivo, apresentando muitas dificuldades para sair a jogar e empurrar os dragões para trás. Toni Martínez ficou perto de aumentar a vantagem logo nos primeiros instantes do segundo tempo, com um pontapé forte que Andrew defendeu (48′), e o jogo foi-se arrastando sem grandes pontos de destaque.

Porém, já depois de Taremi atirar ao lado (61′) e de Pedro Tiba assinar um raro momento de perigo dos gilistas, com um remate de fora de área que passou por cima da trave (62′), o Gil Vicente descobriu algum equilíbrio com passe nas boas exibições de Tiba e Kevin, que entraram muito bem na partida. O FC Porto foi forçado a baixar as linhas, com o Gil Vicente a aproveitar para conquistar alguns pontapés de canto e livres que ainda ameaçaram o golo, mas os dragões souberam manter-se organizados defensivamente mesmo com a noção de que estavam a atravessar uma fase menos conseguida da partida.

Sérgio Conceição mexeu já a 15 minutos do fim, trocando por Evanilson e Gabriel Veron, e o Gil Vicente continuou a procurar a sorte: Fran Navarro, com um cabeceamento muito forte, colocou Diogo Costa à prova e ficou muito perto de reduzir a desvantagem (75′). Os gilistas mantiveram esse ascendente até ao fim, beneficiando claramente da quebra física dos jogadores dos dragões, mas o resultado não voltou a alterar-se.

O FC Porto regressou às vitórias e bateu o Gil Vicente em Barcelos, respondendo aos triunfos de Benfica, Sporting e também Sp. Braga já durante a jornada. Num dia em que Sérgio Conceição fez várias alterações ao onze inicial, Stephen Eustáquio esteve praticamente perfeito a defender e a atacar, a equilibrar e a desequilibrar, e mostrou que foi a solução certa para um motor que precisava claramente de assistência ao fazer o último passe para os dois golos dos dragões.

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