Depois da Fórmula E ter provado que as corridas com monolugares equipados com motores eléctricos podem ser animadas e emocionantes, eis que também o Campeonato do Mundo de Rallycross (WRX) trocou os anteriores motores sobrealimentados por unidades eléctricas. Perdeu-se o roncar dos motores de quatro cilindros sobrealimentados, mas ganhou-se em potência e torque, pelo que o espectáculo está garantido.

Os anteriores carros da categoria máxima de Rallycross, os RX1, extraíam entre 570 e 600 cv do seu motor 2.0 com quatro cilindros e uma pressão de turbo limitada a 3,5 bar. Os novos RX1e, que começaram a ser utilizados este ano, têm um motor eléctrico por eixo, totalizando 500 kW (cerca de 680 cv) e mais torque a mais baixo regime do que a antiga versão a gasolina. Apesar de, provavelmente, acusarem mais uns quilogramas quando colocados sobre a balança.

Para o mundial de WRX, os carros eléctricos não são propriamente uma novidade. Isto porque se a categoria rainha, a RX1e, se estreou com este tipo de motorização apenas em 2022, a categoria menor, a RX2e com motores 1.6 turbo, já tinha trocado a gasolina por electricidade em 2021. Daí que não seja um problema, em termos de organização, lidar com o fornecimento de energia para recarregar as baterias dos concorrentes, o que está a cargo da GCK Energy, que a transporta para o local da prova em acumuladores com a capacidade de 900 kWh.

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O sistema eléctrico dos carros de WRX foi desenvolvido pela austríaca Kreiser Electric, que juntou aos dois motores de 250 kW cada, o que perfaz os já mencionados 680 cv, uma bateria de 52,65 kWh. A capacidade é mínima, especialmente para um veículo com uma potência tão elevada, mas como as corridas são muito curtas e a bateria é capaz de recarregar em poucos minutos, isso não constitui uma limitação.

Os kits eléctricos são fornecidos pela Kreiser a 300 mil euros a unidade, com mais 100.000€ pelo suporte técnico durante um período de quatro anos. Os valores exigidos pelos RX1e não parecem proibitivos, sendo similares aos carros de Rally2, a segunda categoria dos modelos que disputam o WRC, mas a organização necessita de atrair mais concorrentes e, sobretudo, mais marcas. Em 2021, o campeonato foi disputado por nove equipas e 25 pilotos, mas este ano e disputadas as duas primeiras provas de 2022, apenas se apresentaram à partida quatro equipas e oito pilotos.

Para poder comparar o WRX eléctrico com a versão que usava motores de combustão, veja aqui o que aconteceu em 2021 na prova disputada em Montalegre, Portugal, ainda com modelos a gasolina: