A Câmara de Coimbra aprovou esta segunda-feira relatório que é um primeiro passo para a revisão do Plano Diretor Municipal (PDM), alertando que estão por executar mais de metade das ações previstas nessa ferramenta.

O executivo aprovou o Relatório do Ordenamento do Território, que caracteriza a evolução entre 2011 e 2021, sendo uma espécie de primeiro passo para a segunda revisão do PDM, “o plano mais estratégico do desenvolvimento de Coimbra” e que carece dessa mesma revisão, afirmou a vereadora com o pelouro do urbanismo, Ana Bastos, que falava aos jornalistas no final da reunião da Câmara Municipal.

“Neste momento, o plano em vigor foi publicado em 2014, temos que prever já a sua revisão e é isso que está a ser feito, começando com os trabalhos preparatórios de caracterização“, aclarou a vereadora, que salientou que este relatório estará agora aberto à participação pública durante 30 dias, apelando a que todos “participem e reflitam sobre os indicadores”.

Segundo Ana Bastos, o atual PDM “foi muito pouco executado“, realçando que o Plano de Pormenor de Taveiro tem 0% de execução e que há áreas de reabilitação urbana “sem planos executados”.

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De acordo com o relatório que foi a votação, 55% das ações estão por executar, com a percentagem a subir nas áreas de transportes e empreendedorismo para os cerca de 70% de não-execução.

Na reunião, Ana Bastos abordou a alta velocidade, referindo que o estudo prévio do traçado está assente “na premissa de que a futura estação da alta velocidade será assegurada diretamente em Coimbra B, situando-se a bifurcação dos serviços com e sem paragem em Coimbra, nas imediações de Taveiro”.

“Esta é a garantia de que Coimbra volta a estar no plano da alta velocidade e na definição de uma solução global coerente capaz de alavancar e revolucionar a mobilidade”, destacou.

Na mesma reunião, foi aprovada a proposta de abertura de um procedimento para avançar com uma Taxa Turística Municipal em 2023, com os votos a favor da coligação Juntos Somos Coimbra, contra do PS e uma abstenção da CDU.

O presidente da Câmara de Coimbra avançou ainda que a proposta será de um euro por dormida e que contará com diversas isenções previstas, nomeadamente para casos de dormidas motivadas por questões de saúde.

O executivo reuniu-se na sede dos Bombeiros Voluntários de Brasfemes, tendo a vereadora do PS Regina Bento aproveitado para apresentar 14 propostas para aquela freguesia no norte do concelho, em áreas como as acessibilidades ou educação, entre outras.

No período antes da ordem do dia, o vereador socialista José Dias criticou declarações “infelizes” do presidente da Câmara, José Manuel Silva, que se referiu à formação do Brasil “como a maior obra dos portugueses”.

“Isso é um insulto. Esperamos que aproveite a viagem ao Brasil para pedir desculpas aos cidadãos brasileiros”, disse.

Na resposta, o presidente da Câmara eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS/Nós, Cidadãos!/PPM/Aliança/Rir/Volt) disse que “há brasileiros que se orgulham do Brasil ser uma das mais lindas obras portuguesas“.

“O orgulho de sermos cofundadores do Brasil e o orgulho que os brasileiros têm em Portugal não será estragado por qualquer intervenção politiqueira”, vincou.

Na mesma reunião, era para ser discutida a proposta de internalização dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra, mas face à ida do presidente da Câmara ao Brasil para assistir às comemorações do bicentenário da independência daquele país, a reunião acabou suspensa às 18h30, retomando na próxima segunda-feira, pelas 17h00.