O apoio dos adeptos nas bancadas que se prolongou por mais de 90 minutos, com todos de pé a aplaudir a exibição do Benfica frente ao todo poderoso PSG depois do apito final, acabou por ser o melhor barómetro possível à avaliação do jogo feito pelos encarnados. Desde abril que o conjunto da Luz não cumpria dois encontros consecutivos sem ganhar mas, com esse amargo do empate, houve uma quase vitória diante dos franceses perante a entrada em campo, a grande primeira parte, a capacidade de sofrimento e a audácia de ir lá à frente nos últimos dez minutos criar a derradeira oportunidade flagrante de golo por Rafa. Por isso, mais do que números, o que ficou foi sobretudo uma exibição a confirmar o bom início de época.

A diferença entre Messis e Rafas resumida ao golo (a crónica do Benfica-PSG)

Contas feitas, o Benfica não só mantém o seu registo invicto contra o PSG (duas vitórias e um empate) e as equipas francesas (11 vitórias e cinco empates) jogando em casa como manteve a invencibilidade na presente temporada à semelhança dos parisienses, com 13 vitórias e os recentes dois empates. Entre estes números, e entre as boas exibições de Enzo Fernández – enquanto teve pernas para aguentar o exigente jogo a meio-campo –, Vlachodimos, Rafa ou Florentino Luís, um dos principais destaques voltou a ser o jovem central António Silva, a terminar o encontro “embrulhado” com Donnarumma e companhia por uma falta que fez sobre o guarda-redes antes do apito final no sentido de retardar a reposição de bola.

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Depois de ter começado o encontro com dois passes longos conseguidos, um deles a isolar Gonçalo Ramos para a primeira oportunidade do jogo, o central teve nos pés também uma grande chance na sequência de uma insistência de David Neres na área para defesa de Donnarumma e conseguiu depois no segundo tempo dois desarmes e três alívios que foram ajudando a equipa a neutralizar a pressão do PSG, sem um único erro individual ao contrário do que aconteceu com Otamendi, que quase comprometeu num atraso mal calculado que foi intercetado por Hakimi e corrigido por Vlachodimos. No final, à semelhança do que tinha acontecido nos encontros anteriores, António Silva analisou tudo com grande naturalidade.

“Acima de tudo, não mudámos a nossa identidade. Fizemos aquilo que temos vindo a fazer. Felizmente, sofremos um golo mas acabámos por empatar o jogo e tivemos a capacidade de nos bater de frente como uma equipa com o PSG. Titularidade? Aconteceu tudo muito rápido, não estava hoje à espera de estar aqui a jogar este jogo. É algo que estando no Benfica tenho de estar preparado. O Benfica aposta muito na formação e surgiu a oportunidade. Hoje estou aqui mas amanhã pode estar outro”, comentou o jogador em declarações à CNN Portugal na zona de entrevistas rápidas após o encontro.

“Calmo? Tento fazer o meu trabalho, estou sempre calmo. É o que faço melhor porque é o meu trabalho. Se sonho com o Mundial? Não, o meu sonho é jogar o próximo jogo com o Rio Ave que é aquilo que ambiciono neste momento”, destacou ainda na mesma flash, antes de falar também à Eleven Sports.

“Foi um jogo muito bom da equipa. Entrámos muito bem e criámos duas ou três oportunidades, podíamos ter chegado logo à vantagem. Mas o PSG também tem jogadores com muita qualidade. O Messi faz um golo espetacular. Fomos atrás do resultado, fizemos o golo. Depois na segunda parte acabámos por sofrer um bocado com o poderio do PSG. Batemos de frente com um tubarão europeu e isso foi o mais importante. Não conseguindo os três pontos, o empate também não é mau para nós. Continuamos na luta pelo primeiro lugar e vamos a Paris com essa ambição. Como controlo o nervosismo? Tento fazer o meu trabalho. Sempre fui assim e com a ajuda dos meus colegas, de qualidade, é possível”, frisou.

“A exibição de António Silva? Não foi só ele, toda a defesa esteve bem. O Bah, o Grimaldo, tinham sempre jogadores por fora e não era fácil. Acho que a chave foi jogarem como bons amigos, se um tinha problemas o outro ajudava. Mas percebo a pergunta, o António já jogou alguns jogos seguidos e está cada vez melhor. É um grande talento e apesar de tudo é muito humilde. Gosta de jogar pelo Benfica e isso vê-se”, comentou no final do jogo Roger Schmidt, que já antes tinha elogiado a maturidade do jovem central.