O Presidente da República inicia uma deslocação a Malta para participar no 17.º encontro de chefes de Estado do Grupo de Arraiolos, que se realiza na quinta-feira, e reunindo-se já hoje com o seu homólogo polaco.
Marcelo Rebelo de Sousa tem chegada prevista a La Valetta ao final da tarde, depois de proferir o tradicional discurso na sessão solene do 112.º aniversário da implantação da República, na Praça do Município, em Lisboa, e de marcar presença nos jardins do Palácio de Belém, que estarão abertos ao público por ocasião da celebração do 05 de Outubro.
O chefe de Estado português deverá chegar a Malta pelas 17h45 (16h45 em Lisboa) e, logo em seguida, terá um encontro bilateral com o Presidente da República da Polónia, Andrzej Duda.
Os dois já se reuniram em Braga, no início de junho, num encontro de duas horas, no qual foi abordada “a situação na Europa”, segundo uma nota então divulgada no site da Presidência da República.
Nessa ocasião, Marcelo Rebelo de Sousa não quis detalhar os assuntos tratados, dizendo apenas que o encontro “correu muitíssimo bem” e que o Presidente polaco reiterou o convite para uma visita sua à Polónia, se possível antes do verão, mas que ainda não se realizou.
Depois deste encontro, o Presidente da República participará num jantar informal oferecido pelo Presidente de Malta, George Vella, em honra dos chefes de Estado presentes em La Valetta.
Durante a deslocação a Malta, que se prolonga até sexta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa terá também encontros bilaterais com os seus homólogos italiano e alemão, além do Presidente anfitrião.
Este ano a reunião do Grupo de Arraiolos realiza-se no Centro de Conferências do Mediterrâneo, em La Valetta, na quinta-feira, durante todo o dia.
Além de decorrer num contexto de guerra na Europa, depois da ofensiva militar lançada no final de fevereiro pela Rússia e que nos últimos dias culminou numa proclamação de anexação de territórios ucranianos por aquele país (já considerada ilegal por vários países, incluindo Portugal), este encontro informal de Presidentes não executivos acontece semana e meia depois das eleições legislativas em Itália, com a vitória de uma coligação de direita e extrema-direita.
O Grupo de Arraiolos junta anualmente presidentes não executivos de vários Estados-membros da União Europeia e foi uma iniciativa lançada por Jorge Sampaio, quando era Presidente da República.
Em 2003, o então chefe de Estado português, que faleceu no ano passado, promoveu um encontro na vila alentejana de Arraiolos para discutir o futuro da União Europeia com um conjunto de Presidentes da República com poderes semelhantes aos seus.
Nos últimos anos, o Grupo de Arraiolos tem juntado chefes de Estado de 15 países da UE (começou com seis, em 2003): Itália, Bulgária, Alemanha, Estónia, Irlanda, Grécia, Croácia, Letónia, Hungria, Malta, Áustria, Polónia, Portugal, Eslovénia e Finlândia.
Pela primeira vez, a reunião contará este ano com a participação da Eslováquia, cuja Presidente, Zuzana Caputova, manifestou a intenção de o seu país se juntar a este grupo.
Por motivos de agenda, não irão estar em Malta os Presidentes da Áustria e da Finlândia, pelo que participarão no encontro de quinta-feira 14 chefes de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa, que assumiu funções como Presidente da República em março de 2016, esteve presente na 12.ª reunião, que decorreu nesse ano na Bulgária, na 13.ª, em Malta, em 2017, na 14.º, na Letónia, na 15.º, na Grécia, e na 16.ª, em Itália.
Já está decidido que a reunião do próximo ano do Grupo de Arraiolos, na sua 18.ª edição, se realizará em Portugal, assinalando os 20 anos da iniciativa, e a de 2024 na Polónia