O presidente do Belenenses admitiu esta quarta-feira a possibilidade de o clube ter de “eliminar atletas e equipas” caso não tenha apoios para enfrentar os aumentos da fatura energética, alertando que o problema afeta “centenas de clubes e associações”.

“A fatura energética está a atingir valores absolutamente incomportáveis”, disse Patrick Morais de Carvalho, referindo que, tendo como base consumos similares aos meses anteriores, os custos passaram de uma média de 4.000 euros mensais para um valor praticamente cinco vezes superior, com as faturas de julho e agosto a serem superiores a 18.000 euros, e a de setembro a rondar os 13.200 euros.

Em declarações à agência Lusa, o presidente do clube lisboeta lembrou que “a prática desportiva nos clubes a associações faz-se de forma maioritariamente no regime pós-laboral e no regime pós-escolar, a partir das 18h30”, o que implica aumenta do consumo de energia.

“Se isto continuar assim, e nós não tivermos nenhum subsídio do estado, da câmara ou do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), é insustentável, vamos ter que eliminar atletas e equipas, não há outro caminho“, afirmou.

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Patrick Morais de Carvalho, que abordou a situação num texto publicado na rede social Facebook, que classificou como “um grito de revolta e de alerta”, lembrou que o problema vivido pelo Belenenses, que tem cerca de 3.000 atletas, “se replica em centenas de clubes e associações por todo o país”.

“Partindo do princípio que a saúde física e mental dos cidadãos é uma prioridade do estado português, acho que era muito importante o estado encontrar forma de dar apoio a estas faturas energéticas, sob pena de os clubes irem forçosamente rebentar”, disse.

O dirigente lamentou que “não exista uma única palavra sobre o desporto no pacote de medidas de mais de 1.400 milhões de euros para apoiar as empresas face ao aumento de custos com a energia, incluindo uma linha de crédito, anunciado em setembro pelo ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva.

Patrick Morais de Carvalho referiu ainda que um eventual corte no número de atletas e equipas se juntará ao decréscimo de praticantes provocado pela pandemia de covid-19, que “afastou prematuramente muitas crianças da prática desportiva”.