Desde 2006, ano em que a polícia sueca começou a espalhar câmaras para controlo de velocidade nas principais rodovias do país, que este tipo de equipamento, apesar de pouco apreciado pelos condutores, raramente era alvo de actos de vandalismo, seja por arremesso de pedras ou através da pintura das lentes com spray. Porém, este ano, começaram a ser frequentes os roubos das câmaras e a um ritmo nunca visto. E a situação torna-se ainda mais alarmante, uma vez que os especialistas acreditam que este equipamento se destina a ser instalado em drones russos para atacar a Ucrânia.

Depois de cerca de 70 câmaras de controlo de velocidade terem sido roubadas em Agosto e 150 em Outubro, o alarme literalmente disparou junto das autoridades nórdicas, tanto mais que cada câmara custa aproximadamente 23.000€. Quanto aos motivos dos larápios, as autoridades suecas não apontam o dedo e recusam-se a especular, anunciando apenas que continuam a investigar, tendo já prendido um dos larápios e apreendido algum do material roubado.

Mais assertivos são os especialistas em temas militares, como o blogger Lars Wilderang que, em resposta a uma questão do New York Times, concluiu que “não se justifica este volume de roubos sem que exista uma procura específica para este tipo de equipamento”. Os especialistas chamam ainda a atenção para o facto de apenas as câmaras serem roubadas, mas não o radar ou o processador, também eles valiosos, que são deixados no local.

O site sueco svt.se avança que o embargo de material tecnológico colocou algumas dificuldades aos fabricantes russos de drones, com unidades de controlo remoto a terem sido capturadas com máquinas fotográficas convencionais (no caso da Canon), e garrafas de água a fazer de depósito de combustível. Daí que as câmaras de velocidade suecas, fornecidas pela Nikon, com foto automática a partir de 15 metros, possam igualmente servir para pilotar o drone à distância.

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