O Reino Unido vai registar uma queda de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, enquanto a inflação também deverá descer para 7,4%, revelou esta quinta-feira o ministro das Finanças, Jeremy Hunt, no parlamento britânico.

Com base nas estimativas do Gabinete de Responsabilidade Orçamental [Office for Budget Responsibility, OBR), Hunt admitiu que “o Reino Unido, tal como outros países, está agora em recessão”.

“De um modo geral, este ano, a economia ainda deverá crescer 4,2%. O PIB cai então 1,4% em 2023, antes de subir” 1,3% em 2024, 2,6% em 2025 e 2,7% em 2027, adiantou Hunt.

O ministro acrescentou que “os preços mais elevados da energia explicam a maior parte da revisão em baixa do crescimento acumulado desde março”, cuja responsabilidade atribuiu ao impacto da invasão russa da Ucrânia.

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Com base nas estimativas do Gabinete de Responsabilidade Orçamental, cujo relatório completo será publicado esta tarde, a taxa de inflação, que atingiu 10,1% em outubro, vai descer até 9,1% em dezembro e para 7,4% no próximo ano.

Segundo Hunt, as medidas que o Governo apresentou esta quinta-feira de cortes na despesa pública e aumento de impostos no valor de 55 mil milhões de libras (63 mil milhões de euros) “ajudam a inflação a cair acentuadamente a partir de meados do próximo ano”.

O Governo britânico também antecipa um aumento do desemprego dos atuais 3,6% para 4,9% em 2024, mas este valor deverá voltar a descer.

O ministro das Finanças revelou também que nos próximos cinco anos o Reino Unido vai reduzir o volume de endividamento para mais de metade.

Este ano, disse, o executivo deverá endividar-se em 177 mil milhões de libras (203.000 milhões de euros), correspondente a 7,1% do PIB, mas em 2023 deverá descer para 140.000 milhões de libras (160.000 milhões de euros), equivalente a 5,5% do PIB e em 2027 e 2028 para 69.000 milhões de libras (79.000 milhões de euros), 2,4% do PIB.

Como resultado, o rácio da dívida pública em relação ao PIB deverá cair de um máximo de 97,6% em 2025 e 2026 para 97,3% em 2027 e 2028.

A revisão das projeções foi feita no âmbito de um orçamento extraordinário destinado a tapar um “buraco” nas contas públicas estimado em 55.000 milhões de libras (63.000 milhões de euros) com cortes na despesa pública e aumento de impostos.

“Hoje apresentamos um plano para enfrentar a crise do custo de vida e reconstruir a nossa economia. As nossas prioridades são a estabilidade, o crescimento e os serviços públicos”, afirmou Hunt.

O ministro disse que o plano “também conduz a uma recessão mais baixa, contas de energia mais baixas, crescimento mais elevado, e um sistema de ensino e NHS [sistema de saúde público] mais forte”.