Os sindicatos representativos dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa chegaram a acordo com administração da empresa sobre as reivindicações para 2023, embora reconheçam que ficaram “muito afastados dos objetivos” propostos.

Em comunicado, a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) adianta que a última proposta apresentada pela administração do Metropolitano de Lisboa foi aprovada por “uma larga maioria dos trabalhadores” presentes nos dois plenários realizados, estando já a assinatura do acordo marcada para dia 25.

Metro de Lisboa transportou “em segurança” cerca de 60% dos clientes diários em dia de greve

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Contudo, reconhece a FECTRANS, existe o sentimento de que se ficou longe dos objetivos propostos pelos sindicatos para os trabalhadores da empresa, que realizaram este ano várias greves, a última das quais de 24 horas, no final de outubro.

Na nota, a FECTRANS indica que a última proposta da administração do Metropolitano de Lisboa prevê a prorrogação de dois anos de vigência do Acordo de Empresa, até 31 de dezembro de 2026, e o compromisso de “atualizar por ato de gestão os salários de 2023 imediatamente após a publicação do Orçamento do Estado” para esse ano.

A empresa “comprometeu-se ainda que este ato de gestão tem apenas como objetivo a necessidade de os trabalhadores receberem um aumento o mais cedo possível, face à situação da subida da taxa de inflação, e não impede a continuação do processo negocial de 2023, até que se consiga alcançar um acordo global para assinatura“, acrescentam os sindicatos.

Na proposta está também incluída a questão da idade de reforma e prevê-se a manutenção do direito ao transporte, através da criação de um novo perfil no passe do trabalhador que permitirá andar na Carris Metropolitana, Carris, Transtejo e Soflusa, lê-se na nota.

Além disso, é acrescentado, serão repostos os quilómetros retirados aos maquinistas em janeiro de 2022, com efeitos a partir dessa altura, sendo que “a sua aplicação terá o pagamento total do nível em que o trabalhador estiver”.

No final de outubro, os sindicatos representativos dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa já tinham anunciado a realização de plenários em novembro.

No dia 25 de outubro, os trabalhadores realizaram uma greve de 24 horas por melhores condições de trabalho e aumentos salariais, com a particularidade de terem sido decretados serviços mínimos de 25% da circulação pelo Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social.

Segundo indicou na altura a empresa, nesse dia foram transportados cerca de 60% dos passageiros que utilizam diariamente o metro, “garantindo os padrões de mobilidade e segurança“.

Nos últimos anos, sempre que o Tribunal Arbitral decretou serviços mínimos em dia de greve do metro, as estruturas sindicais suspenderam a paralisação por entenderem que não estavam reunidas as condições de segurança para passageiros e trabalhadores.