Mesmo depois de o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) ter emitido um aviso vermelho para o distrito de Lisboa devido ao mau tempo, a Proteção Civil não acionou o SMS que serve como alerta à população — uma opção que foi ativada quatro vezes este ano e apenas para risco de incêndio, escreve o jornal Público, na edição deste sábado.

Também não foi enviado um comunicado urgente para os órgãos de comunicação social ou outro tipo de aviso escrito perante a provável ocorrência de cheias. Em vez disso, foi realizada uma conferência de imprensa às 20h00 de quarta-feira (o pior aconteceu nessa noite), mas nenhuma televisão passou em direto. As estações acabariam por fazer peças mais pequenas, como a RTP, que indicou que entre as recomendações estavam cuidado na condução e que as pessoas se mantivessem longe de locais arborizados devido à possibilidade de queda de ramos.

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O IPMA viria a emitir o aviso vermelho sobre chuva para Lisboa às 22h26, altura em que já tinha começado a chover torrencialmente (segundo o Público, o acumulado a três horas mais elevado foi entre as 21h10 e as 0h10). A Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) só muda o seu estado de alerta para laranja uma hora depois, às 23h30.

Quanto à SMS, Gil Martins, antigo comandante nacional e diretor da Escola de Gestão e Engenharia do Instituto Superior de Educação e Ciências de Lisboa, admite ao jornal que essa sistema de alerta pudesse não ter sido usado porque está mais direcionado para incêndios rurais — essa foi também a linha de argumentação da Proteção Civil em resposta ao jornal — e pressupõe um nível de burocracia que teria feito com que as mensagens já chegassem tarde. Mas sublinha que há outras formas de avisar a população, como através de comunicados ou alertas públicos.

Segundo a Proteção Civil, o sistema de SMS só foi ativado quatro vezes este ano, e sempre devido ao risco de incêndio.

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