A ativista climática Greta Thunberg foi este domingo expulsa pela polícia da manifestação que decorre há vários dias na cidade alemã de Lützerath, onde há já vários dias decorrem demonstrações contra a demolição da vila para abrir caminho à expansão de uma mina de carvão.
A jovem de 20 anos, um dos rostos mais visíveis da luta contra as alterações climáticas, tinha visitado a localidade e a mina de carvão a céu aberto de Garzweiler na sexta-feira, num ato de apoio à causa dos manifestantes, que encaram a iminente demolição da vila como um retrocesso nos esforços climáticos da Alemanha.
Greta Thunberg visita vila alemã que será demolida para expandir mina de carvão
Ao longo do dia, Thunberg discursou, deixando duras críticas aos Verdes, o partido ecológico alemão, e ao que descreveu como a sua hipocrisia. “Eles estiveram nas manifestações para salvar Lützerath e depois sacrificaram Lützerath”, disse, citada pelo The Daily Telegraph. A jovem acusa o partido de se ter aliado à empresa de combustíveis fósseis RWE, permitindo a destruição da cidade em troca do fim do uso do carvão em 2030, e não em 2038 como inicialmente previsto.
Não podemos aceitar que a RWE, uma empresa de combustíveis fósseis, possa negociar com o governo e pôr em risco inúmeras vidas ao redor do mundo”, declarou a ativista sueca.
A manifestação terminou no domingo, com a polícia alemã a levar Greta Thunberg do local à força, quando esta participava num protesto no limite da mina. As forças de intervenção alemãs têm passado grande parte da última semana a forçar os manifestantes a saírem da vila. Durante a manhã desta segunda-feira, dois ativistas, fechados num túnel improvisado, permaneciam em Lützerath.
Manifestantes e polícias feridos em protesto contra expansão de mina na Alemanha
O governo e a empresa energética RWE argumentam que o carvão é necessário para garantir a segurança energética da Alemanha. No entanto, um estudo do Instituto Alemão de Investigação Económica questiona a postura do governo, depois de ter sido divulgado que outros campos de carvão existentes poderiam ser usados, embora o custo para a RWE fosse maior. Os ambientalistas consideram que demolir a vila para expandir a mina de carvão Garzweiler nas proximidades resultará em enormes quantidades de emissões de gases de efeito estufa.
Com base nas conclusões do estudo, e alertando para a necessidade urgente de reduzir as emissões de carbono, os manifestantes recusaram-se a aceitar a decisão judicial desta segunda-feira, que efetivamente os baniu daquela localidade.