O rei emérito Juan Carlos de Espanha pagou 879.522 libras esterlinas, o equivalente a mais de um milhão de euros, por uma única sessão com o escritório de advogados que o está a defender no caso de assédio sexual, vigilância ilegal e perseguição interposto por Corinna Larsen, ex-amante do monarca espanhol, no Tribunal Superior de Londres.

A fatura, noticiada esta segunda-feira pelo El Confidencial, diz respeito a uma reunião do rei Juan Carlos e o escritório britânico de advogados Carter-Ruck que aconteceu em novembro de 2022, afirmaram fontes próximas do processo ao jornal espanhol. No valor não estão incluídas as despesas de representação, nem as tarefas efetuadas entre julho e novembro. Só mesmo os serviços jurídicos prestados naquele encontro.

Metade do valor será pago por Corinna Larsen: o encontro em causa era uma audiência para contestar a decisão tomada pela justiça britânica de rejeitar a imunidade total de Juan Carlos. Perante a derrota em primeira instância, o rei emérito espanhol deixou a empresa  Clifford Chance e contratou a Carter-Ruck para recorrer da decisão.

Como conseguiu garantir a imunidade total nos factos ocorridos até junho de 2014, altura em que abdicou do trono de Espanha a favor do filho, Felipe VI, Corinna Larsen terá de pagar metade da conta de Juan Carlos à Carter-Ruck. Mas a ex-amante do espanhol diz que os crimes foram cometidos até 2020 e é sobre essas acusações que Juan Carlos e a equipa de advogados batalham agora.

A notícia volta a levantar questões sobre a dimensão da fortuna pessoal de Juan Carlos, uma vez que o rei emérito não recebe qualquer financiamento da Coroa espanhola desde março de 2020. E surge apenas um dia depois de uma fotografia publicada na página de Instagram do Amiri Diwan, escritório oficial do amir do Estado do Qatar, ter mostrado Juan Carlos num evento da Fórmula E na Arábia Saudita.

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