Uma jovem alemã de 21 anos acredita que pode ser Madeleine McCann, a criança inglesa que em maio de 2007, dias antes de completar 4 anos, desapareceu do apartamento onde passava férias com os pais e os irmãos mais novos em Portugal, nos arredores de Lagos.

Julia Faustyna diz que acredita que pode mesmo ser Maddie e que o facto de a sua idade não coincidir com a que a filha de Kate e Gerry McCann terá atualmente, se for viva — 19, quase 20 —, não significa nada.

Em vez disso, prefere apontar para as várias semelhanças que acredita ter com a criança desaparecida, a partir de fotografias reais e das imagens que ao longo dos anos têm sido projetadas sobre como poderá ser Maddie atualmente. Ambas partilham, acredita a alemã, a viver em Wrocław, na Polónia, raras manchas nos olhos, o formato do nariz e vários sinais no rosto e no corpo.

Em três dias e com 35 publicações no Instagram, a jovem conseguiu reunir 124 mil seguidores e chamar a atenção da imprensa internacional, atraída pelo nome do perfil: “iammadeleinemccan”, “souamadeleinemccann”.

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Aquilo que procura com a exposição, tem garantido aos comentadores que a acusam de querer tornar-se famosa à custa da dor alheia, é ajuda para chegar aos que acredita que podem ser os seus pais biológicos. “Ajudem-me, preciso de falar com Kate e Gerry McCann”, pode ler-se no texto de apresentação no perfil que criou naquela rede social. “Penso que posso ser a Madeleine. Preciso de um teste de ADN. Os investigadores policiais do Reino Unido e da Polónia tentam ignorar-me. Contarei a minha história em posts aqui. Ajudem-me.”

Julia Faustyna, que diz que a primeira vez que lhe ocorreu que poderia ser Maddie foi há apenas uns meses, garante que já tentou entrar em contacto com as forças policiais de vários países, Polónia, Reino Unido e Portugal incluídos — mas diz que tem sido “ignorada”.

Da parte da família, a reação não terá sido muito melhor: no seu perfil há print screens de mensagens, que terá trocado com a própria mãe, em que ela lhe diz que precisa de ser tratada por um psiquiatra e que, se insistir neste “delírio”, vai vender a casa e mudar-se, para nunca mais a ver.

O primeiro motivo que a fez pensar que podia mesmo ser Maddie, escreve a jovem, foi o facto de não se lembrar “da maior parte da infância”. “Mas a minha memória mais antiga é muito forte e é de umas férias num lugar quente, onde havia praia e prédios brancos, ou de cores muito claras, com apartamentos. Lembro-me de ter visto tartarugas na praia, numa pequena baía. Lembro-me de que havia outras crianças e que elas tentaram tocar nas tartarugas mais pequenas”, descreve. No fim conclui: “Não vejo a minha família nesta memória”.

Na página de Instagram Julia garante também que pediu por várias vezes à mãe “provas” de que é mesmo sua filha, mas que ela se terá recusado a dar-lhe a certidão de nascimento ou até a mostrar-lhe fotografias suas em bebé ou durante a gravidez.

Numa publicação recente, agradeceu aos que a têm apoiado e fez questão de dizer aos que o não fazem que não é uma vulgar aproveitadora. “Aos haters tenho de dizer que não estou a brincar e que acredito verdadeiramente que posso ser ela. Não aceitei dinheiro de ninguém e não vou fazê-lo porque a polícia é que devia fazer-me o teste de ADN e compará-lo com o ADN de Kate e GerryMcCann.”