O Representante da República dos Açores respondeu à IL a dizer que “respeita” o facto de os liberais terem rompido o acordo, mas logo colocou pressão para que a rutura não afete a estabilidade governativa. Pedro Catarino acrescentou na carta enviada a Nuno Barata — numa pressão em modo soft power — estar “convencido” de que a Iniciativa Liberal vai continuar a ter em conta os valores da “estabilidade política e do regular funcionamento dos órgãos de poder regional em prol dos superiores interesses dos Açores e dos açorianos”.

Numa troca de correspondência entre o representante da região e o líder dos liberais nos Açores, a que o Observador teve acesso, Pedro Catarino disse “respeitar” a posição do partido, após receber uma carta com a justificação de Nuno Barata, deputado único da IL nos Açores, “baseada na convicção de que o referido acordo não tem sido cumprido pelo PSD/Açores e analisando os factos relativos aos 10 pontos do acordo”.

“Respeitando a posição assumida pelo grupo coordenador da IL dos Açores e não desejando interferir no funcionamento das competências da Assembleia Legislativa, permito-me sublinhar os valores da estabilidade política e do regular funcionamento dos órgãos de poder regional em prol dos superiores interesses dos Açores e dos açorianos, estando convencido de que a Iniciativa Liberal continuará a ter em conta tais valores na sua participação nos trabalhos da Assembleia Legislativa”, escreveu o Represente da República na carta que enviou a Nuno Barata.

No momento em que deu posse ao Governo, Pedro Catarino revelava que os três partidos políticos que integram a coligação estavam “confiantes na solidez do acordo” e que os acordos com Chega e IL permitiriam “o compromisso escrito de um apoio parlamentar estável“. É isso que continua a pedir no momento em que a coligação viu serem rompidos os vários acordos de incidência parlamentar (o Chega já o tinha feito antes), ainda que o Representante da República apenas o refira sem se querer imiscuir nas decisões políticas.

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Na carta enviada pelo deputado liberal nos Açores a Pedro Catarino, Nuno Barata acusou o PSD/Açores pelo não cumprimento do acordo e justificou a decisão com dez pontos, como já havia feito durante a declaração política em que anunciou o romper do acordo.

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“À Iniciativa Liberal não restava outra alternativa que não fosse denunciar o referido acordo de incidência parlamentar por manifesto incumprimento de uma das partes (o PSD/Açores)”, sublinhou o coordenador local da IL, que fez ainda questão de referir que a decisão foi “muito debatida e ponderada”, tendo sido tomada após uma “decisão unânime” do grupo de coordenação local da IL nos Açores.

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