Quando DeMar DeRozan, Zach LaVine, Nikola Vucevic e Lonzo Ball se reuniram em Chicago, não havia dúvidas, os Bulls se tinham tornado relevantes na NBA. No entanto, os quatro jogadores só partilharam o campo em simultâneo durante 223 minutos ao cabo de duas temporadas. Na época passada, a 1.ª ronda dos playoffs, contra os Milwaukee Bucks, na altura com o estatuto de campeões, transmitiu à equipa a mensagem de que havia trabalho a fazer para entrarem na luta pelo título. O primeiro passo era recuperar a lesão de Lonzo Ball.

Draftado com a segunda escolha, em 2017, pelos LA Lakers, Ball apresentou-se à liga norte-americana como um base com capacidade ao nível do passe e da defesa, ainda que a falta de lançamento exterior não fizessem dele propriamente uma superestrela da NBA. Tanto que os Lakers o trocaram para os New Orleans Pelicans, obtendo Anthony Davis no negócio que, mais tarde ajudaria LeBron James a conquistar mais um título para a equipa de Los Angeles. Lonzo Ball valorizou-se nos Pelicans, mas a equipa tinha problemas de espaçamento por falta de atiradores. O base acaba assim por ser trocado para o Bulls. A ida para Chicago, onde recebeu um contrato de 80 milhões de dólares por quatro temporada, dava-se num contexto em que o jogador chegava como um verdadeiro reforço e não como dispensado, como aconteceu quando deixou os Lakers.

O base fez 35 jogos e, em janeiro de 2022, numa partida contra os Golden State Warriors, lesionou-se no joelho esquerdo. Inicialmente, esperava-se que Lonzo falhasse apenas seis a oito semanas para recuperar da operação a uma “pequena rutura no menisco”, como reportou o jornalista Shams Charania. O jogador continuou afastado e a preocupação começou a subir entre os responsáveis do franchise. Após vários testes, a dor persistia e os Bulls anunciaram que ia falhar o resto da temporada 2021-2022.

Ball não esteve presente na pré-temporada da equipa por continuar a avaliar o problema no joelho. Foi então submetido a uma nova intervenção cirúrgica. “O Lonzo passou por uma cirurgia no joelho esquerdo, em Los Angeles, a 28 de janeiro, e continua a sentir dores em atividades físicas de alto nível”, como correr ou saltar, pelo que “vai continuar o tratamento diário e a reabilitação para se preparar para a temporada 2022-23”, divulgaram os Bulls. “É algo com que nunca lidei. Mesmo os médicos estão um pouco surpreendidos em relação a isto. Estamos todos a trabalhar para resolvermos as coisas”, disse o próprio Lonzo Ball. “Algo estranho aconteceu. Nunca senti uma dor como esta, por isso, é definitivamente uma situação única”.

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Depois da segunda operação, o Bulls tinham estabelecido um período de quatro a seis semanas para o regresso do jogador. No entanto, o problema físico tornara-se num mistério. Passaram 14 meses e duas operações. Mesmo depois das intervenções cirúrgicas, o base continua arredado da equipa. Lonzo Ball realizou esta segunda-feira um transplante de cartilagem no joelho esquerdo e vai continuar afastado da equipa por tempo indeterminado, sendo inevitável que não regresse esta temporada. Assim, a carreira do jogador pode estar em risco, uma vez que se voltar a pisar um campo de basquetebol será o primeiro jogador a fazê-lo após passar por este procedimento.

“O meu foco principal tem sido voltar à quadra e conseguir juntar-me aos meus colegas. Este tem sido um processo frustrante, mas estou confiante de que as próximas etapas são o melhor caminho a seguir. O apoio da minha família, amigos, fãs e equipe médica durante a minha recuperação é o que me motiva a seguir em frente. Mal posso esperar a voltar ao que mais amo fazer: jogar basquetebol”, comunicou Lonzo Ball.

O treinador do Chicago Bulls, Billy Donovan, revelou que, segundo lhe foi transmitido pelos médicos, a operação “correu bem”, mas que o jogador “vai estar afastado por um tempo”, reiterando a posição do franchise. “Há esperanças de que Lonzo possa ser o primeiro” jogador a recuperar de um transplante de cartilagem e volte a vestir a camisola dos Bulls. “Vai ser uma longa caminhada para ele voltar ao campo, mas tenho esperança na ética de trabalho dele”. O líder da equipa em campo, DeMar DeRozan está solidário com o colega. “Para mim, chega a um ponto em que tudo o que importa é o bem-estar dele. Isso é mais importante que o basquetebol. Mais do que tudo, como amigo, estou preocupado com ele”.