São 16 os portugueses que estão retidos no Sudão na sequência do conflito armado entre o Exército do país e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês). Os portugueses são, na sua maioria, trabalhadores de várias empresas que estão hospedados em hotéis e em casas particulares.

A RTP adianta esta quarta-feira que estão a ser acompanhados pela embaixada de Portugal no Cairo. Em entrevista à estação televisiva, João Soares, um dos retidos, apela a que seja feita uma “extração o mais rápido possível”. Mas reconhece as dificuldades: “A informação que nós temos é que estão a ser preparados planos de evacuação, mas, neste momento, também entendemos que não há possibilidade de nenhum avião se aproximar”.

João Soares afirma que “parte do aeroporto” foi “destruída” e considera que, desta forma, neste momento é preciso “esperar que as coisas acalmem” para que os portugueses consigam ser retirados do Sudão, onde a tensão aumentou após o grupo Forças de Apoio Rápido ter reivindicado o controlo do aeroporto e do palácio presidencial de Cartum.

Esta terça-feira, ao quarto dia de confrontos pelo controlo das ruas, o Ministério da Saúde do Sudão avançava, segundo o site Africa Times, que pelo menos 270 pessoas morreram e mais de 2.600 ficaram feridas.

Neste momento, o Sudão atravessa uma crise política devido a rivalidades entre o líder do país desde o golpe de 25 de outubro de 2021, Abdel Fattah al-Burhan, e o seu braço direito, Mohamed Hamdane Dagalo, chefe das RSF. A mobilização atual ocorreu durante as negociações para chegar a um acordo político definitivo que pusesse fim ao golpe de 2021 e conduzisse o Sudão a uma transição democrática. A assinatura desse pacto já foi adiada duas vezes.

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