Gonçalves Dias, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo de Lula da Silva, pediu a demissão depois da divulgação de um vídeo onde é visto dentro do Palácio do Planalto no dia da invasão às sedes dos três poderes, em Brasília.

Nas imagens divulgadas pela CNN Brasil, o agora ex-governante é visto a circular no terceiro andar do edifício durante vários minutos. Primeiro sozinho e depois com alguns dos invasores, vestidos com bandeiras e camisolas brasileiras — o símbolo usado pelos apoiantes de Bolsonaro durante a campanha eleitoral.

Além de Gonçalves Dias, a televisão brasileira assegura que há outros membros do GSI nas imagens e revela que há mesmo quem encaminhe os invasores e abra até uma porta para que saiam do local.

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Numa nota do GSI, o órgão esclarece que “as imagens mostram a atuação dos agentes de segurança (…) no sentido de evacuar os terceiro e quarto pisos do Palácio do Planalto, concentrando os manifestantes no segundo andar, onde, após aguardar o reforço do pelotão de choque da polícia, foi possível realizar a prisão dos mesmos”.

O gabinete assegura que estão a ser levadas a cabo investigações à conduta dos agentes e que se forem comprovadas “condutas irregulares” os autores será “responsabilizados”.

De acordo com a CNN, o responsável do exército e responsável pela segurança do Palácio do Planalto naquele dia já não está na equipa.

Também o governo federal publicou uma nota sobre o envolvimento de militares, mas não referiu o nome do general — dizendo apenas que “foram afastados” elementos do GSI no seguimento do episódio. “Todos os militares envolvidos no dia 8 de janeiro já estão a ser identificados e investigados no âmbito do referido inquérito. Já foram ouvidos 81 militares, inclusive do GSI. O governo tem tomado todas as medidas que lhe cabem na investigação do episódio”, pode ler-se na nota.