A reunião entre ministério da Educação e sindicatos terminou sem acordo e com os professores a ameaçar continuar com greves até aos exames nacionais caso a tutela recuse recuperar todo o tempo de serviço congelado.

“O Ministério da Educação não admite recuperar qualquer dia do tempo de serviço. O senhor ministro diz que não está no programa do Governo, mas está no programa dos professores”, afirmou o secretário-geral da Federação Nacional de Professores à saída da reunião com responsáveis do ministério.

A Fenprof faz parte da plataforma de nove estruturas sindicais que hoje voltou a discutir a proposta da tutela para acelerar as progressões na carreira e minimizar as assimetrias provocadas pelo congelamento e que os sindicatos têm alertado que “deixa de fora muitos docentes”.

Mário Nogueira voltou a lembrar que a proposta da tutela deixa de fora os professores que trabalham, por exemplo, nos hospitais ou nas prisões, assim como na Casa Pia ou na Santa Casa da Misericórdia.

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Destinada aos professores que trabalharam durante os dois períodos de congelamento da carreira (desde 2005), a proposta da tutela prevê que recuperem o tempo em que ficaram a aguardar vaga no 4.º e no 6.º escalões a partir do ano de descongelamento (2018), que fiquem isentos de vagas de acesso aos 5.º e 7.º, além da redução de um ano na duração do escalão para aqueles que também ficaram à espera de vaga, mas já estão acima do 6.º.

A plataforma decidiu que vai pedir uma reunião extraordinária que não será “para discutir vírgulas” do documento apresentado pelo ministério, mas sim para pressionar a tutela a chegar a acordo quanto à recuperação dos seis anos, seis meses e 23 dias de progressão da carreira que ainda estão por recuperar.

A abertura de um número de vagas igual ao número de professores que pretendem aceder aos 5.º e 7.º escalões é outras das reivindicações dos docentes acrescentou o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira.

Sem acordo, os sindicatos prometem continuar a lutar e ameaçam com novos protestos, alem da greve por distritos que está a decorrer desde segunda-feira e vai terminar a 12 de maio em Lisboa.

A possibilidade de realizarem greve aos exames nacionais também está em cima da mesa: “Os professores têm-nos dito isso e nós não afastamos cenários nenhuns, só se houver uma solução para estes problemas”, acrescentou Mário Nogueira, sublinhando que os docentes preferiam que não fosse necessário.