Paulo Dybala foi um ponto comum a todas as épocas que Cristiano Ronaldo passou na Juventus. Foram duas estrelas de uma constelação que queria ganhar a Liga do Campeões e falhou. Os dois jogadores seguiram caminhos distintos. O argentino permaneceu por Itália e, com o 10 de Totti, ficou com as costas carimbadas pelo selo de ídolo da AS Roma. O português rumou à Arábia Saudita. Dois campeonatos, uma taça e duas supertaças de Itália conquistadas em conjunto, mas Dybala guardava praticamente só para si um privilégio que é de poucos: jogar com Ronaldo (na Juventus) e com Messi (na seleção) ao mesmo tempo.

“Com o Cristiano foram três bons anos. A equipa era muito forte e ele deu-nos algo a mais. Na Argentina, a rivalidade entre Messi e Cristiano é muito sentida. Obviamente, quando era criança, sempre estive do lado de Messi. Uma vez íamos jogar, eu estava no fundo do avião e ele estava sentado à frente. A certa altura do voo, ele veio até mim para falar sobre futebol e muitas outras coisas. No geral, conversámos sobre as nossas vidas e, a determinado momento, eu disse-lhe que praticamente o odiava quando era criança. Rimo-nos disso. Tivemos um bom relacionamento, uma conversa agradável”, relembrou Paulo Dybala em entrevista à Gazzetta dello Sport.

A jogarem em continentes diferentes, a distância entre Dybala e Ronaldo é maior. No entanto, La Joya continua rodeado de portugueses e um deles não fica nada a dever, em termos de carisma, ao ex-companheiro na Juventus. O argentino foi reforço de José Mourinho no início da época e tem merecido ser aposta do Special One, sendo o melhor marcador da equipa da Roma com 16 golos apontados. “José Mourinho tem uma imagem e um poder importante por tudo o que representa no mundo do futebol. Seria um bom jogador de xadrez. Antes de chegar aqui à Roma conversámos duas vezes, ele ligou-me quando eu ainda estava em Turim”, continuou Dybala. “Senti um sentimento especial com ele. É difícil no mundo do futebol encontrar alguém que diga as coisas de forma sincera. Tenho uma relação direta e sincera com ele, conversamos muito. Queremos o melhor para as pessoas. Ele fez história no futebol. É muito sincero, sabe preparar as partidas. Quase tudo o que planeia acontece em campo. Entende muito de futebol”.

Se hoje em dia Dybala é aliado de Mourinho, tempos houve em que estiveram em lados opostos da batalha. Em janeiro de 2022, a Juventus, clube que o argentino representava na altura, e a Roma defrontaram-se no Olímpico. Os bianconeri venceram por 4-3 com um golo de Dybala. “És um fenómeno”, elogiou Mourinho nesse dia, segundo o jogador. “Nunca me aconteceu que um treinador de outra equipa fizesse tal coisa durante o jogo”, completou o campeão do mundo.

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Paulo Dybala justificou a mudança para a Roma, numa transferência que envolveu Tiago Pinto, diretor desportivo dos giallorossi. Quando contactado pelo responsável da equipa da capital italiana, pensou “Tenho que fazer alguma coisa nesta cidade'”. Em entrevista ao Observador, Tiago Pinto revelou que Dybala e Tammy Abraham tinham sido os jogadores que mais gozo tinham dado ao português contratar.

“A trabalhar com crianças aprendes a lidar com algo essencial no futebol: imprevistos”: entrevista a Tiago Pinto, diretor desportivo da Roma

Se golos esta temporada são muitos, também o são as comemorações. O jogador de 29 patenteou uma celebração que ficou conhecida como “Dybala mask” que aproveitou para explicar como surgiu. “Começou um pouco aqui no Coliseu. Quando era criança, via muitos filmes sobre Roma, a cidade, os gladiadores. Devo ter visto o filme Gladiador mais ou menos 20 vezes. Tive um momento difícil da minha carreira do qual tinha de sair de alguma forma, pensei imediatamente nesta celebração. As pessoas gostaram e continuo a fazê-lo”.